A Obra Pontifícia da Santa Infância no Paquistão está presente e ativa desde 1950, apesar da situação difícil na qual se encontra o país. A Obra foi-se difundindo pouco a pouco nas várias arquidioceses, dioceses e vicariatos, apesar da lei sobre a blasfêmia e as conversões forçadas sejam um peso sobre as atividades de animação desenvolvidas em favor das crianças e o estado islâmico confine as possibilidades de evangelização à realidade escolar, paroquial e às escolas dominicais.
As comunidades cristãs estão constituídas pela população mais pobre, com frequência, como no caso da Arquidiocese de Hyderabad, ligada a um sistema feudal que obriga ao trabalho nos campos também de mulheres e crianças para poderem enfrentar as dívidas acumuladas com o proprietário do terreno.
Os grupos tribais normalmente são nômades e obrigados a deslocarem-se por vontade do feudatário à procura de melhores pastagens. Assim, as crianças não podem frequentar a escola de maio a outubro. A percentagem de analfabetismo é muito alta, uma vez que o Estado não obriga à alfabetização e, por causa das muitas e continuas deslocações, pode passar muito tempo antes que uma criança seja inscrita pelos pais numa escola católica. Além disso, muitas crianças abandonam a escola para ajudar as suas famílias.
As escolas, paróquias e outras instituições podem estar muito distantes umas das outras ou em regiões muito remotas, tornando difícil a organização de atividades comuns e a entrega dos materiais por parte da Direção Nacional. Contudo, apesar dos poucos recursos, as iniciativas organizam-se autônoma e localmente.
Apesar de tudo o país conta com muitos grupos da Infância Missionária nas escolas católicas e nas paróquias que, nas Arquidioceses e Dioceses, se reúnem uma vez por semana nas “Escolas com Jesus”, recebendo a Palavra de Deus, a catequese e o apoio da comunhão. Os grupos, que com frequência têm os nomes de santos missionários para reforçar a unidade comum, elaboram estratégias coletivas para ajudar os seus coetâneos, próximos e longínquos, e realizar pequenas obras a favor da comunidade. Algumas dioceses organizam, com a ajuda do subsídio ordinário que recebem do Secretariado da POSIM, cursos de formação para animadores e formadores, propõem temas anuais de animação e sensibilização das crianças no respeito pelo meio-ambiente e pela sociedade. Uma vez por ano, normalmente em Fevereiro, celebra-se a Jornada da Infância Missionária. Por esta ocasião, reúnem-se a nível diocesano grandes grupos de criança que celebram a Jornada com eucaristias, oração do terço, danças, teatro e concursos sobre a Bíblia. Há muitas iniciativas a nível das escolas locais e paróquias, estre as quais, um acampamento de Verão.
Em 2016 tivemos dois cursos para animadores a nível nacional nas regiões de Sindh e Punjab. Um dos principais desafios para a Santa Infância é a espiritualidade missionária, que una e conecte os membros da comunidade para podere enfrentar a perseguição mesmo aquela silenciosa. Contudo, o estilo de vida dos cristãos produz um grande impacto a nível de testemunho especialmente quando cada missionário caminha à luz do espírito Santo.
Nos conta o Diretor Nacional...
Consideramos que nos foi confiada uma missão verdadeiramente especial e sagrada. A Igreja paquistanesa encara com fervor a missão da igreja Universal ajudando, em todo o país, as crianças menos afortunadas. Hoje, contamos com milhares de crianças, “pequenos missionários” nas paróquias, nas escolas e nos movimentos de todas as dioceses.
A Obra anima as crianças de todo o mundo a rezar e a partilhar, apoiando, deste modo, o bem-estar espiritual e material das crianças através da oração e assistência pastoral. Com as ofertas materiais das crianças, a Obra realiza projetos educativos, médicos e assistência social.
A formação da fé através da educação é uma “batalha” contínua. Nas dioceses e em todas as paróquias há um número considerável de crianças que participam nas diversas atividades missionárias.
Em cada diocese há animadores que levam com entusiasmo este trabalho missionário da Obra Pontifícia da Santa Infância, sensibilizando as crianças ao apelo missionário. Isto ajuda as crianças a crescer na espiritualidade da Infância Missionária e a reforçar a sua fé desde pequenos.
Bispos, sacerdotes, religiosos, catequistas, pais, jovens participam nas diversas atividades. Os animadores ajudam e guiam as crianças ajudando-as a serem responsáveis e acompanhando-as no cumprimento das suas tarefas. Uma tarefa importante é educar e tornar conscientes as crianças das suas próprias responsabilidades nas suas relações com as outras crianças que ainda não conhecem a Boa nova, o Evangelho. A promoção das atividades da Santa Infância chegaram a níveis elevados apesar de algumas difíceis situações pastorais. As crianças reúnem nas usas respetivas escolas dominicais e paroquiais. São como pequenos discípulos de Jesus quando se reúnem para a fração do pão. Aí recebem a Palavra de Deus, a catequese, a espiritualidade, o serviço… sendo reforçados pela comunhão. A sua participação ativa no grupo levou a inumeráveis modos de serviço. Com esse objetivo, a Direção Nacional organizou várias conferências e encontros para crianças nas paróquias sobre diversos temas.
A imagem da criança sempre teve uma irresistível e indiscutível influencia no coração de cada pessoa. A simplicidade da criança, a sua beleza, a frescura da sua vitalidade, parecem refletir a vida do Senhor. Jesus, que se fez criança entre nós, falava afetuosamente das crianças: “Deixai vir a mim os pequeninos; não os impeçais, pois deles é o Reino de Deus” (Lc 18,16).
FONTE: Boletim Internacional da IAM
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