Progressos significativos foram feitos nas Filipinas contra o uso de crianças-soldados engajadas pelos grupos rebeldes, mas o problema ainda persiste. Segundo a ONU, em todo o mundo cerca de 250 mil crianças são recrutadas em conflitos armados como soldados, mensageiros, espiões, cozinheiros ou para prestar serviços sexuais, violando o direito internacional.
De uma recente reunião em Manila, do Representante Especial das Nações Unidas para Crianças e Conflitos Armados, Radhika Coomaraswamy, emergiu que grupos rebeldes como o New People’s Army (NPA) e o Frente Moro de Libertação Islâmica (MILF) manifestaram o desejo de rescindir o recrutamento de crianças-soldados. Ambos os grupos rebeldes estão fazendo tratativas de paz com o Governo do presidente Aquino, na esperança de encontrar um acordo político durante o seu mandato que termina em 2016. Há também um terceiro grupo ligado à Al-Qaeda, organização terrorista, que muitas vezes usa crianças como soldados. "Em Mindanao, meninas e meninos nasceram num contexto no qual em que os conflitos são uma característica constante, é urgente acelerar o processo de registo das crianças", lê-se na declaração de Coomaraswamy, divulgada pela agência IRIN.
Até agora, com o apoio do UNICEF, foram registrados cerca de 600 crianças com menos de 18 anos. Um porta-voz da MILF, disse que o grupo está tentando eliminar as crianças-soldados de suas fileiras, mas também insistiu em algumas diferenças culturais que favorecem o fenômeno. Segundo a lei islâmica local, por exemplo, as crianças com mais de 13 anos são normalmente consideradas adultas, e se nasceram em famílias envolvidas nas lutas pela independência, têm o dever de contribuir. Além da pobreza, existem fatores pessoais, tais como a proteção de entes queridos, a vingança da morte de um familiar, fatores culturais e religiosos. Segundo alguns dados, entre 2007 e 2008, foram capturadas ou resgatadas 40 crianças-soldados do ANP. Enquanto 15% das forças do MILF é formada por menores de 18 anos.
FONTE: Agência Fides - 18/04/2011
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