Estamos celebramos o Advento, o Deus-conosco, o Verbo que se fez carne em nosso meio. Trazemos à nossa memória mais fortemente o momento em que o Menino Deus foi acolhido pela jovem Maria e pelo carpinteiro José. O pequeno Jesus foi acolhido e amado, formando com os seus pais a Sagrada Família de Nazaré. Ao nascer em Belém, Jesus foi acolhido entre os pastores em uma manjedoura, pois não havia lugar para eles dentro da casa (Lc 2, 6-7). A Boa Nova do seu nascimento foi recebida primeiramente junto aos marginalizados da sua época: foram os pastores os primeiros a anunciar o Deus-Menino.
Para nós, cristãos, o Advento é o tempo de espera pelo Menino Jesus e também momento de olharmos um pouco mais a realidade vivida pelas nossas crianças. Em nossos dias, muitos dos pequeninos enfrentam o desafio de serem acolhidos em algumas famílias por uma dificuldade alheia à sua vontade. Quero falar das crianças não-adota-das, das crianças que não têm um lar.
Uma pesquisa revelou que existem mais candidatos a pretendentes a pais adotivos, que crianças a serem adotadas. Poderíamos até comemorar esses números, não fosse o fato de que cerca de 70% das famílias cadastradas optarem pela adoção de meninas brancas recém-nascidas. Exemplificando, temos aproximadamente cinco mil crianças vivendo em abrigos apenas na Grande São Paulo, com chances mí¬nimas de serem adotadas porque já têm mais de três anos de idade e por não possuírem as características acima. A adoção é uma corrida contra o tempo, quanto mais idade, menos chance de se concretizar. Dessa maneira, frustram-se os desejos e os sonhos dos envolvidos.
Com a bênção da Sagrada Família!
A estrutura das famílias hoje vai muito além do modelo tradicional de marido-mulher-filhos. E cada vez mais comum a família que possui apenas um dos pais como referência, mesmo assim a família continua sendo o primeiro espaço de convivência da criança, fundamental para a aprendizagem de valores éticos e a vivência de experiências cheias de significados. É na relação entre as crianças e suas famílias que virão os efeitos no seu desenvolvimento e auto-estima.
No berço da Sagrada Família de Nazaré, "o menino crescia e ficava forte, cheio de sabedoria. E a graça de Deus estava com ele" (Lc 2, 40). O acolhimento de cada criança fortalece os laços para um amadurecimento tranquilo.
Que no mês de dezembro, mês da Sagrada Família, possamos nos alegrar com as muitas crianças "filhas do coração", contribuindo para um mundo mais humano, com crianças e adolescentes mais felizes. Desejando a todos um feliz reencontro com o Deus Menino, o Deus da esperança, "o Salvador, que é o Messias, o Senhor", demos "Glória a Deus no mais alto dos céus", e invoquemos "paz na terra aos homens por Ele amados!" (Lc 2, 11 e 14).
De todas as crianças do mundo, sempre amigos!
Roseane de Araújo Silva
Missionária leiga e Pedagoga no Paraná
FONTE: Revista Missões - Dezembro/2005
Sugestão para o grupo - Cantores da Estrela
Para dinamizar a acolhida ao Príncipe da Paz, neste mês, propomos uma preparação para o Natal do Menino Deus. Vale lembrar que a mesma pode se estender até a festa da Epifania do Senhor. Vestindo como as personagens bíblicas do Natal: Maria, José, magos, anjos, uma criança vestida de estrela e também uma imagem do Menino Jesus, as crianças e adolescentes da IAM podem fazer a experiência dos "Cantores da Estrela", batendo de porta em porta e levando a bênção de Deus, dizendo: "O Menino Deus abençoe esta casa!".
As crianças e adolescentes desenvolvem a visita e coletam ofertas para as crianças e adolescentes que sofrem em todo o mundo. Esta iniciativa é da IAM da Alemanha e se tornou a maior iniciativa de solidariedade em todo o mundo, realizada por crianças e adolescentes em favor dos menores necessitados.
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