Caminhada dos Mártires marca encerramento de segundo dia do Congresso Missionário Nacional


O segundo dia do 4° Congresso Missionário Nacional, sediado pela arquidiocese de Olinda e Recife e realizado pelas Pontifícias Obras Missionárias no Colégio Damas, bairro das Graças, região central da capital pernambucana, foi marcado pela memória dos mártires missionários. A temática enfocada neste dia 08/09 adotou o eixo “Contemplar e discernir” e a programação incluiu duas conferências, vinte de oficinas, plenária dos grupos, lançamento da Campanha Missionária 2017, celebração eucarística presidida pelo cardeal dom Sérgio da Rocha, presidente da CNBB e a Caminhada dos Mártires.

Durante a manhã, aconteceram as duas conferências. O missionário xaveriano padre Estévão Raschietti, diretor do Centro Xaveriano de Animação Missionária no Paraná, abriu a primeira conferência do dia, denominada Igreja em saída na perspectiva ‘ad gentes’.  Padre Raschietti iniciou sua reflexão esclarecendo que a missão ad gentes diz respeito ao envio transcultural de missionários em meio a grupos humanos de outros credos e de outras tradições religiosas. “O Evangelho não vale nada se não for compartilhado”, defende o missiólogo.

A segunda conferência da manhã, protagonizada pelo arcebispo de Porto Velho (RO), dom Roque Paloschi, presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), abordou o tema Testemunho e Profetismo. Nomes como os da Irmã Adelaide, Chico Mendes, padre Josimo Tavares, padre Ezequiel Ramim, padre João Bournier, dom Oscar Romero, Irmã Dorothy Stang e Margarida Alves foram lembrados por dom Roque, como exemplos de martírio por causa do evangelho. “As denúncias proféticas sempre geram tensões, porém o profeta, mesmo diante das ameaças, não arreda o pé da luta”, acrescentou o arcebispo de Porto Velho. A palestra foi permeada por vídeos com imagens dos missionários e lideranças populares assassinados no Brasil, ao longo de décadas.


À tarde, os congressitas participaram de 20 oficinas organizadas por sujeitos da missão: leigos, Comipas, Comires, Comidis, Famílias Missionárias, Igrejas-irmãs, Infância e Adolescência Missionária (IAM), Juventude Missionária, Missões Populares, Ad Gentes, Vida Consagrada, diáconos, padres, bispos, seminaristas, teólogos e missiólogos, formadores, povos originários e migrantes.

Após as oficinas, aconteceu o lançamento da Campanha Missionária 2017, com a presença do cardeal dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília (DF) e presidente da CNBB, de dom Esmeraldo de Farias, bispo auxiliar de São Luís (MA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB, da irmã Irene Lopes, assessora da Comissão Episcopal para a Amazônia e do padre Maurício Jardim, diretor das POM. O padre Maurício Jardim salientou que o Brasil é um dos países que mais contribui com a missão universal, por isso, a Campanha Missionária é um período de intensificar as iniciativas de animação e de cooperação missionária em todo o mundo, buscando sensibilizar a população e despertar vocações missionárias. Em sua saudação inicial, o cardeal dom Sérgio da Rocha evidenciou que não basta a pessoa assumir isoladamente uma postura missionária, é preciso atuar em comunidade.


Na condição de presidente de honra do 4°CMN, antes do início da celebração eucarística, dom Fernando Saburido, arcebispo de Olinda e Recife, expressou seu contentamento em receber no Recife eminentes religiosos e missionários engajados na defesa das minorias e saudou o cardeal dom Sérgio da Rocha. “Para o povo pernambucano é uma alegria e uma honra receber o presidente da CNBB”, concluiu Dom Fernando. A santa missa em honra ao dia da natividade de Nossa Senhora, foi presidida pelo cardeal dom Sérgio da Rocha e concelebrada por dom Fernando Saburido e mais quatorze bispos e arcebispos de dioceses de todo o país. Em sua homilia, presidente da CNBB lembrou que a festa de Nossa Senhora quer nos animar a dizer sim à nossa missão, assim como São José deu o seu sim à missão que Deus lhe confiou. De acordo com dom Sérgio, a natividade de Maria sinaliza o cumprimento da palavra de Deus: “Deus permanece fiel, mesmo quando não somos fiéis”. Nas intenções da missa, os mártires missionários foram lembrados.


Após a santa eucaristia, os congressistas tomaram as ruas do Recife, para a Caminhada dos Mártires. Animados ao som do hino do Congresso Missionário, tocado pela Frevioca, e convidados pelo boneco gigante de dom Helder Camara, os participantes do congresso seguiram em caminhada até a igreja das Fronteiras, templo onde funcionou o palácio arquiepiscopal. Nem mesmo a forte chuva intimidou o ardor missionário. A derradeira homenagem, traduzida em uma singela procissão luminosa, portando banners com as imagens dos missionários e líderes populares, estandartes e bíblias, os congressistas mostraram que a mensagem dos mártires missionários está mais acesa do que nunca em seus corações e com os seus testemunhos de vida.

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