Há crianças com apenas quatro anos trabalhando nas minas da República Democrática do Congo onde é extraído o cobalto para os nossos smartphones e carros elétricos, alerta uma investigação da Sky News, cuja equipe visitou uma série de explorações mineiras conguesas e se deparou com uma "legião de crianças" a trabalhar em todas elas.
Muitos dos trabalhadores que extraem este minério – um componente essencial das baterias dos celulares e computadores portáteis de marcas como a Apple e a Samsung – recebem apenas 0,09€ (nove centavos de Euro)/dia por um trabalho extenuante realizado sob condições perigosas. Numa das minas, a equipe encontrou crianças trabalhando sem sapatos sob a chuva intensa, transportando sacos pesados.
Uma das crianças, Dorsen, de 8 anos, contou aos jornalistas que não tinha conseguido dinheiro suficiente, nos últimos dois dias, para comer, apesar de trabalhar cerca de 12 horas por dia.
“Todos os dias, quando acordo, sinto-me tão mal por saber que tenho de voltar para [a mina] outra vez. Dói-me o corpo todo”, conta um amigo de Dorsen, Richard, de 11 anos. Noutra mina, os jornalistas viram uma menina de 4 anos a separar pedras de cobalto.
Os túneis das minas são escavados com ferramentas rudimentares por mineiros sem equipamento de proteção. Com a chuva e a ausência de suportes, estes túneis colapsam frequentemente. Numa das minas visitadas pela equipa, o colapso de um túnel tinha vitimado recentemente um mineiro.
Os túneis das minas são escavados com ferramentas rudimentares por mineiros sem equipamento de proteção. Com a chuva e a ausência de suportes, estes túneis colapsam frequentemente. Numa das minas visitadas pela equipa, o colapso de um túnel tinha vitimado recentemente um mineiro.
Os trabalhadores não usam máscaras ou luvas, embora a Organização Mundial da Saúde avise que a exposição ao cobalto e aos seus vapores pode causar problemas de saúde a longo prazo.
Um dos mineiros, Makumba Mateba acredita que o tumor que tem na garganta se deve ao facto de a água na sua aldeia ter sido contaminada pela extração de cobalto. “Bebemos a água que vem das explorações mineiras, depois de todos os minérios terem sido lavados nela”, conta. “Atravessa a nossa aldeia e eu bebo-a e tenho a certeza de que foi isso que me fez ficar doente.”
O médico de uma das adeias, Becha Gibu, queixa-se de que os bebés que ajudou a nascer têm doenças misteriosas. “Nascem com muitas infeções, às vezes com erupções cutâneas, outras vezes os seus corpos estão cobertos de manchas”, diz, adicionando que “isto é tudo uma consequência da exploração mineira.”
Apesar de ser um dos países mais pobres do mundo, a República Democrática do Congo é rica em recursos minerais e produz 60% do cobalto usado em todo o mundo. Um quinto deste cobalto é extraído à mão ou por mineiros artesanais e vendido, na sua maioria, a comerciantes chineses, que procuram o melhor preço e não questionam a origem do minério ou a identidade de quem o extraiu. Por sua vez, os comerciantes vendem-no, na maior parte das vezes, ao exportador Congo Dongfang International, uma subsidiária da empresa Zhejiang Huayou Cobalt – fornecedora da maioria dos principais fabricantes de baterias do mundo.
Apesar de ser um dos países mais pobres do mundo, a República Democrática do Congo é rica em recursos minerais e produz 60% do cobalto usado em todo o mundo. Um quinto deste cobalto é extraído à mão ou por mineiros artesanais e vendido, na sua maioria, a comerciantes chineses, que procuram o melhor preço e não questionam a origem do minério ou a identidade de quem o extraiu. Por sua vez, os comerciantes vendem-no, na maior parte das vezes, ao exportador Congo Dongfang International, uma subsidiária da empresa Zhejiang Huayou Cobalt – fornecedora da maioria dos principais fabricantes de baterias do mundo.
Em 2016, a Anistia Internacional descobriu que nenhum país exige às empresas, em termos jurídicos, que identifiquem as suas cadeias de fornecimento de cobalto, o que lhes permite fugir facilmente a qualquer acusação.
FONTE: The UniPlanet
FONTE: The UniPlanet
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