Há cinco anos, recomeçou a publicação do Boletim do Secretariado Internacional da Pontifícia Obra da Santa Infância, com a finalidade de dar a conhecer as várias realidades das crianças e da Obra nas diferentes partes do mundo. Com efeito, é precisamente olhando para os outros, para as boas obras que eles realizam, que podemos encontrar o desejo e a alegria de proceder do mesmo modo, por uma Igreja cada vez mais missionária e por um maior protagonismo das crianças na obra de evangelização, exatamente como desejava D. Charles de Forbin-Janson. É desta maneira que o bem e a beleza se propagam, e é nisto que esperamos e por isso que nos esforçamos. Este ano, o tema comum proposto às Direções nacionais das POM por este Secretariado Internacional é o da cooperação espiritual. Mediante o testemunho da própria vida cristã, a oração constante a favor das missões e a oferta dos próprios sacrifícios, unindo-os aos de Jesus para a salvação das crianças e do mundo, os jovens missionários cooperam para a missão da Igreja, cumprindo o mandato confiado por Jesus Ressuscitado aos seus discípulos, a cada um de nós.
É a cooperação espiritual que faz emergir o horizonte espiritual da evangelização, porque a oração é o coração da vida cristã e, portanto, da ação missionária. Oração entendida como relação íntima e pessoal com Deus, não simplesmente como palavras a pronunciar. O Papa Francisco afirma que “a oração é a via mestra para a santidade, que leva a viver a contemplação até no meio da ação”; assim seremos plenamente discípulos missionários, contemplativos em ação e ativos na contemplação. A nossa relação íntima com o Senhor reflete-se nos relacionamentos com as pessoas que nos circundam e também no nosso compromisso de todos os dias, seja ele qual for, sempre orientado para a glória de Deus e para a propagação do seu Reino de paz e de amor.
“Assim como os primeiros discípulos, não deixem de alimentar a vida e o apostolado com a Palavra de Deus, a Eucaristia e a oração. Com efeito, a missão, assim como a comunhão, é antes de mais nada um mistério da Graça. Não é obra nossa, mas de Deus; não a fazemos sozinhos, mas movidos pelo Espírito e dóceis à sua ação. Missão e comunhão brotam da oração, são modeladas dia após dia pela escuta da Palavra de Deus – escuta feita na oração – e têm como finalidade última a salvação dos irmãos e das irmãs que o Senhor nos confia. Sem estes fundamentos, esvaziam-se e acabam por se reduzir a uma mera dimensão sociológica ou assistencial. E a Igreja não está interessada em prestar assistencialismo… Ajudar sim, mas antes de tudo evangelizar, dar testemunho: se prestarmos assistência, que ela derive do testemunho, não de métodos de tipo proselitista.” (Papa Francisco, Audiência aos membros da Conferência dos Institutos Missionários em Itália, 11 de maio de 2023)
Que alegria será para as crianças e os jovens, descobrir que o tema proposto pela Obra evoca o lema apresentado para este ano pelo Papa Francisco, em vista do próximo Jubileu: somos convidados a intensificar a oração e a aprofundar a amizade com Jesus, pois somente se Ele fizer parte da nossa vida poderemos partilhá-lo com os outros. É o vínculo que une e fortalece, ajudando-nos a compreender que todos nós somos membros da mesma Igreja, não compartimentos estanques.
Dos artigos que se seguem, espero que todos possam saborear a alegria e a beleza da fé católica, da solidariedade e da pertença à Igreja: é aquilo que põem em prática os mais jovens e quem acredita de modo convicto que eles representam não apenas o futuro, mas também o presente da Igreja e da sociedade.
Ir. Roberta Tremarelli, Secretario Geral da
Pontifícia Obra da Infância Missionária
0 Comentários