A missão da Igreja consiste em anunciar que Deus é Pai de amor e está ansioso por reunir todos os seus filhos numa só família. Por isso nos ensinou a rezar:
Pai nosso que estais nos Céus
Quando rezamos Pai nosso:
- Afirmamos a nossa fé num Deus que se torna próximo de cada um de nós em Jesus Cristo.
- Comprometemo-nos a anunciar incansavelmente que Deus é Pai, repleto de amor e misericórdia por todos os homens, que quer que todos o encontrem, experimentem a sua comunhão e se salvem.
- Assumimos a missão de anunciar esta Boa Nova a todos os povos, e são milhões e milhões de pessoas que ainda não reconhecem o Deus de Jesus Cristo como Criador e Pai.
Santificado seja o vosso nome
Com estas palavras:
- Atestamos que só o encontro com o Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, promove e exalta a dignidade da pessoa humana.
- E comprometemo-nos:
- a fazer com que todas as pessoas, criadas à sua imagem e semelhança, possam pronunciar o seu nome e sejam respeitadas nos seus direitos e deveres;
- a fazer surgir o seu rosto em cada pessoa humana, onde Ele aparece muitas vezes desfigurado;
- a fazer com que o seu nome ecoe por toda a terra.
Venha a nós o vosso Reino, seja feita a vossa vontade
- Sim, invocamos com força o advento do Vosso Reino;
- E anunciamos que este Reino de justiça, paz e amor já está aí, a ser semeado e a surgir misteriosamente graças a pessoas, famílias e comunidades que escolheram viver de maneira radical os ensinamentos de Cristo.
- Denunciamos situações onde o Reino ainda não está presente: miséria, injustiça, violência, guerra, genocídios, terror, jogos de interesse, violação dos direitos humanos...
- Comprometemo-nos com esperança a não cruzar os braços até que o Vosso Reino seja instaurado.
- Comprometemo-nos a testemunhar com a vida que esse Reino é possível, que é possível transformar o mundo e a sociedade rumo a uma nova era de paz, de bem-estar, de justiça, de solidariedade, de respeito pelos direitos humanos e de amor universal...
O pão nosso de cada dia nos dai hoje
Como podemos repetir milhentas vezes esta invocação, se há tantos irmãos nossos que não têm direito ao pão quotidiano, ou seja, àquilo que é necessário para viver com dignidade? Queremos denunciar este absurdo:
- 1200 milhões de pessoas passam fome, vivendo com 1 dólar diário;
- 2600 milhões carecem de saneamento básico;
- 900 milhões não têm acesso aos serviços básicos de saúde;
- 900 milhões de crianças estão desnutridas;
- 110 milhões de crianças não têm escola;
- 35 000 crianças morrem diariamente por causa de doenças curáveis.
- Queremos denunciar as desigualdades que bradam aos céus:
- uma criança de um país industrializado gasta tanto como 50 num país subdesenvolvido;
- nos Estados Unidos gasta-se mais, durante um ano, em cosméticos do que a cifra necessária para universalizar o ensino;
- na Europa gastamos mais em gelados do que a quantia necessária para conseguir água potável e saneamento básico para todos;
- na Europa e Estados Unidos gastamos mais em comida para animais domésticos do que o que seria necessário para conseguir uma nutrição e saúde básica para todos.
- Com esta invocação, queremos comprometer-nos a:
- assumir um estilo de vida mais simples, mais sóbrio, renunciando ao consumismo desenfreado, em favor dos mais necessitados;
- anunciar com a vida a igualdade, a fraternidade e a solidariedade; e uma nova ordem mundial mais justa, contra a lógica do poder e do dinheiro.
Perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido
- Pai, reconhecemos a nossa fragilidade, o nosso pecado e o pecado social, o pecado do mundo.
- Reconhecemos as grandes divisões, os sinais de morte, as marcas do pecado bem patentes no nosso mundo.
- Confiamos na vossa bondade misericordiosa.
- E comprometemo-nos a oferecer sinais de perdão e de amor, a sermos embaixadores da reconciliação e da paz.
Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal
- Sim, a tentação é grande, ó Pai! A tentação do amor-próprio, do egoísmo, do comodismo, da escolha do mais fácil, do mais aprazível.
- Não nos deixeis cair na tentação de pensarmos só em nós próprios.
- Não nos deixeis cair na tentação de nos calarmos, de sermos coniventes com o mal.
- Com esta invocação, manifestamos o nosso desejo de assumirmos os valores evangélicos e o exemplo de Cristo, Teu Filho, que lutou contra todo o tipo de mal e pagou com a própria vida;
- assumimos o compromisso de levantarmos bem alto a cruz de Cristo, símbolo da vitória do bem sobre o mal;
- comprometemo-nos a dar testemunho do amor de Deus e da força do Evangelho, que derrotam o ódio e a vingança, o egoísmo e a indiferença em contextos sociais dominados por lógicas de poder e violência;
- assumimos a contracultura do Evangelho, como fermento de uma nova humanidade, na luta contra o mal.
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