Vocações para Missão


Todos os anos, no 4º Domingo do Tempo Pascal, Domingo do Bom Pastor, a Igreja nos pede para fazermos um dia mundial de oração pelas vocações sacerdotais e religiosas.
Gostaria de incluir aqui as vocações específicas para a vida missionária, seja sacerdotal, religiosa ou leiga.

Assim como passou pela vida de Pedro, Tiago, André, João e muitos outros, também hoje Jesus continua passando pela vida de milhares de rapazes e moças e repetindo seu “doce e suave convite: Vem e Segue-me”. Também nos dias de hoje a vocação missionária continua sendo atual e necessária.

Porém, embora “Deus capacite os escolhidos”, como frequentemente ouvimos dizer, também continua verdade aquele aximoa moral que diz que “a graça supõe a natureza”, isto é, Deus, para agir, precisa encontrar uma pré disponibilidade por parte do ser humano, pois Ele não costuma fazer por nós o que somos capazes de fazer (diz uma música da Infância Missionária que “Deus não quer preguiçoso em sua obra”).

Desta forma, quando Deus chama alguém vai pedir-lhe também alguns requisitos, como boa saúde física e psicológica, capacidade intelectual (pelo menos para aprender novas línguas!), bom senso, boa educação (enfim, valores humanos básicos) e também boa preparação espiritual, gosto pelas coisas de Deus, conhecimento pelo menos básico da doutrina católica (afinal, vai falar e agir em nome da Igreja) e capacidade de viver em comunidade. Pelo que se vê, não bastam apenas boas intenções, mas são exigidas daquele que se dispõe a atender ao chamado que se prepare adequadamente, munindo-se de qualidades que serão essenciais no exercício da missão que o Senhor lhe confiar. De nada adiantaria, por exemplo, eu me oferecer para ir para África se num posso tomar sol ou tenho dificuldades para me locomover (a pé, a cavalo, sentado longas horas em um veículo que trafega por estradas ruins) ou ir para a Amazônia se tenho medo de andar de barco. Ao invés de ir trabalhar pelas missões, eu iria dar trabalho! Da mesma forma, que eu iria fazer em outro país se num tenho nenhuma capacidade de aprender a língua local? Iria depender para sempre de um intérprete? E por ai vai. O mesmo se diga de uma formação bíblico-catequética-teológica básica (se puder, mais que básica), pois senão ficaria de achismos e não saberia responder “áqueles que perguntarem acerca da esperança que nos anima” (1Pd 3,15).

Por isso, neste dia mundial de orações pelas vocações peçamos a Deus que chame muitos de nossos jovens para o serviço missionário e que os chamados se disponham a colaborar com a graça de Deus neles, a fim de poderem exercer com eficácia o ministério que Deus lhes confiar através da Igreja.

Pe. Edson Assunção – Secretário Nacional da IAM

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