#FalaSério: No mundo ainda há 168 milhões de crianças que trabalham


A 12 anos, o número de crianças que trabalhavam em todo o mundo ultrapassa os 246 milhões. Segundo o mais recente relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), existem atualmente 168 milhões de crianças e adolescentes trabalhadores, menos um terço do que em 2000. A região da Ásia e do Pacífico continua a liderar no número de crianças trabalhadoras, 78 milhões.

O documento da OIT saúda a redução das crianças que trabalham mas sublinha que há ainda muito a fazer para eliminar as “piores formas” de trabalho infantil. “Caminhamos na direção certa mas o progresso é ainda muito lento. Se queremos acabar com o flagelo do trabalho infantil num futuro próximo, então precisamos de uma substancial intensificação dos esforços a todos os níveis. Existem 168 milhões de razões para o fazermos”, afirmou o diretor-geral da OIT, Guy Ryder, na apresentação do relatório.

Segundo os dados da OIT, a maior diminuição do número de crianças trabalhadoras, entre os cinco e os 17 anos, decorreu entre 2008 e 2012. Em quatro anos, caiu de 215 milhões para 168. A organização exemplifica que na região da Ásia e do Pacífico esse número caiu de 114 milhões para perto de 78 milhões, naquela que foi a descida mais acentuada registada no relatório. A diferença é menor quando analisados os dados da África subsariana (de 65 para 59 milhões) e na região da América Latina e Caraíbas (de 14 para 12 milhões). No ano passado, havia ainda 9,2 milhões de crianças sujeitas a trabalho no Médio Oriente e no Norte de África.

O relatório revela ainda que a percentagem de meninas que trabalha diminuiu 40% em relação a 2000, sendo de 25% essa queda quando se fala em rapazes.

A agricultura continua a ser o setor onde se regista mais este tipo de mão-de-obra (98 milhões), seguida de serviços diversos, como limpezas ou trabalho doméstico (54 milhões), e da indústria (12 milhões).

A OIT indica que mais de metade das crianças que em 2012 eram sujeitas a trabalho infantil exerciam tarefas consideradas perigosas para a sua “saúde, segurança e desenvolvimento moral”. “O atual número de crianças em trabalhos perigosos situa-se nos 85 milhões, menos que os 171 milhões em 2000”, aponta o relatório.

A organização considera que a diminuição registada em 12 anos pode explicar-se com o aumento do número de iniciativas criadas na luta contra o trabalho infantil. “Escolhas políticas associadas a investimentos na educação e na protecção social parecem ser particularmente relevantes para o declínio do trabalho infantil”, sublinha o documento. Também o “empenho político dos governos, o aumento do número de ratificações das duas convenções da OIT sobre trabalho infantil, escolhas políticas sólidas e enquadramentos legislativos sólidos”, terão contribuído para estes resultados.

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