O Papa Francisco proclamou outubro de 2019 como Mês Missionário Extraordinário com o objetivo de: “despertar em medida maior a consciência da missio ad gentes e retomar com novo impulso a transformação missionária da vida e da pastoral”. Trata-se de acontecimento eclesial de grande importância que abrange todas as Conferências Episcopais, os membros dos institutos de vida consagrada, as sociedades da vida apostólica, as associações e movimentos eclesiais.
Publicamos a seguir o documento apresentado, discutido e aprovado pelo Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil no dia 22 de novembro de 2018.
1ª Parte - Considerações iniciais
1. Convocação, temática e objetivo do MME
Em 22 de outubro de 2017, Dia Mundial das Missões, o Papa Francisco durante o ângelus anunciava publicamente para toda Igreja sua intenção de proclamar um Mês Missionário Extraordinário em outubro de 2019 para celebrar o centenário da carta Apostólica Maximum Illud de seu predecessor o Papa Bento XV. Neste mesmo dia o santo Padre enviou uma carta ao Cardeal Fernando Filoni, prefeito da Congregação para Evangelização dos Povos e presidente do comité supremo das Pontifícias Obras Missionárias (POM), encomendando “a tarefa de preparar este evento, especialmente através de ampla sensibilização das Igrejas particulares, dos Institutos de vida consagrada e Sociedades de vida apostólica, assim como, associações, movimentos, comunidades e outras realidades eclesiais”.
Para reavivar a consciência batismal do Povo de Deus em relação a missão da Igreja, o Papa Francisco escolheu para o Mês Missionário Extraordinário o tema “Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo”. Despertar a consciência da missio ad gentes e retomar com novo impulso a transformação missionária da vida e da pastoral é o objetivo deste mês que está em sintonia com a solicitude pastoral do Papa Bento XV em Maximum Illud e a vitalidade missionária expressada pelo Papa Francisco na Evangelii Gaudium: “A ação missionária é o paradigma de toda obra da Igreja” (EG 15). Trata-se de “pôr a missão de Jesus no coração da Igreja, transformando-a em critério para medir a eficácia de suas estruturas, os resultados de seu trabalho, a fecundidade de seus ministros e a alegria que eles são capazes de suscitar. Porque sem alegria não se atrai ninguém” (Reunião do Comitê diretivo do CELAM, Bogotá, 7 de setembro de 2017).
O compromisso com a conversão pessoal, comunitária e pastoral a Jesus Cristo crucificado, ressuscitado e vivo em sua Igreja, renovará o ardor e paixão por testemunhar ao mundo, através da proclamação e da experiência cristã, o Evangelho da vida e da alegria pascal (Lc 24, 46-49).
2. Processo de preparação (de outubro de 2018 a outubro 2019)
Conforme orientação do Papa Francisco, a celebração do Mês Missionário de 2018 no Brasil, serviu de início para preparação do Mês Missionário de 2019, “de modo que todos os fiéis tenham verdadeiramente a peito o anúncio do Evangelho e a transformação das suas comunidades em realidades missionárias e evangelizadoras; e aumente o amor pela missão, que “é uma paixão por Jesus e, simultaneamente, uma paixão pelo seu povo” (Carta do Papa Francisco ao Cardeal Filoni, 22 de outubro de 2017).
A ideia central neste processo de preparação para o MME é inserir dentro da programação ordinária e habitual das Igrejas locais, a temática e o espírito do mês missionário, visando a conversão pastoral missionária. Será uma ocasião para despertar, animar e não cansar as comunidades.
O grupo de trabalho nomeado pela presidência da CNBB pensou propostas para as Comissões Episcopais Pastorais e organismos de comunhão e participação. Assim, o projeto para o Mês Missionário Extraordinário convocado pelo papa terá grande relevância eclesial para todos os sujeitos da missão. Além das Comissões Episcopais, a proposta servirá para todos os organismos de Comunhão e Participação da CNBB (CNP, CND, CRB, CNIS, CNLB e outros organismos).
3. Dimensões do MME
As cartas de motivação e convocação do papa Francisco e do Cardeal Filoni para o Mês Missionário Extraordinário indicam seis dimensões:
3.1. Encontro: Destacar a centralidade da pessoa e missão de Jesus Cristo. A missão nasce do encontro com Jesus que dá novo horizonte a vida (DAp 29). O encontro com Jesus Cristo vivo em sua Igreja é pessoal: Eucaristia, Palavra de Deus, oração pessoal e comunitária.
3.2. Testemunho e vivências: Valorizar os padroeiros da missão, Santa Terezinha e São Francisco Xavier e o testemunho dos santos e santas, mártires da missão e confessores da fé, expressão das Igrejas dispersas em todo o mundo.
3.3. Formativa: Reflexão bíblica teológica sobre a identidade missionária de todo povo de Deus, a partir da temática do MME e da Carta Apostólica Maximum Illud do Papa Bento XV. Recuperar a proposta de itinerário formativo do discípulo missionário descrito no documento de Aparecida. Considerar a evolução histórica do conceito da missio ad gentes e elaborar fundamentação dos conceitos de missão programática e paradigmática.
3.4. Caridade missionária: Atenção aos povos da Amazônia legal, com suas realidades. Promover a coleta missionária e valorizar ações concretas de compromisso com os mais pobres. Promover visitas missionárias.
3.5. Cooperação: Conectar o MME com o Sínodo para Amazônia; envio ad gentes como sinal de acolhimento e fortalecimento das motivações do MME; através de um aplicativo, criar banco de dados dos missionários. Dar maior visibilidade e impulsionar os projetos Igrejas irmãs e Ad Gentes e as diversas experiências missionárias, destacando o testemunho de missionários (as) que atuam dentro e fora do Brasil.
3.6. Celebrativa: Abertura nacional do MME no dia 1/10/19 no santuário nacional de Aparecida e em cada Igreja Particular; valorizar o Dia Mundial Missões com a vigília que antecede no dia 19/10/19; propor aos folhetos litúrgicos a oração dos fiéis e a oração missionária; incentivar a novena e terço missionário; propor ligação com os meses temáticos (mariano, vocacional, semana da família e bíblia), valorizar a temática do MME nos retiros dos padres, dos consagrados(as) e seminaristas; inserir a temática do MME na novena dos padroeiros.
2ª Parte - Propostas para o Mês Missionário Extraordinário em diversos níveis
As propostas apresentadas pelo Grupo de Trabalho nomeado na 56ª Assembleia da Geral da CNBB foram apresentadas, discutidas e aprovadas por unanimidade na reunião ordinária do Conselho Permanente da CNBB dos dias 20 a 22 de novembro de 2018. Seguem as propostas desde o âmbito internacional até o paroquial.
Internacional
1. Carta do Papa ao Cardeal Filoni.
2. Cartas do Cardeal Filoni aos bispos, Congregações, movimentos, novas comunidades, associações de leigos/as
3. Guia para o MME com reflexões bíblicas, teológicas e testemunhos missionários.
4. Conexão com o Sínodo para Pan-Amazônia.
5. Centenário da Carta Apostólica Maximum Illud de Bento XV
Americano
As propostas serão discutidas em fevereiro de 2019, na reunião dos diretores das POM com os bispos referenciais da missão, dos 23 países das Américas.
Nacional
1. Lançamento do MME no CONSEP: 17-18 de setembro de 2019.
2. Abertura do MME, no dia 01/10/19 (dia de Santa Teresinha), no Santuário Nacional de Aparecida.
3. Formações e cursos missionários do CCM (Centro Cultural Missionário) alinhados com a temática do MME e as contribuições da Maximum Illud.
4. Encontro Nacional da Missão Ad Gentes: 31 de março – 02 de abril de 2019; no CCM.
5. Romaria ao Santuário Nacional: 20/10/19 e vigília em Aparecida, estendida a todas Igrejas particulares e santuários do Brasil (19/10/19).
6. Incentivar a coleta no Dia Mundial das Missões.
7. Promover as Pontifícias Obras Missionárias, em todos os níveis.
8. Seminário de Missiologia, no CCM, 10 a 14 de junho de 2019.
9. Dar maior visibilidade aos projetos missionários ad gentes e Igrejas Irmãs.
10. Congresso Missionário Nacional de Seminaristas: 11-14 de julho de 2019. Promovido pelas POM em comunhão com a Comissão dos Ministérios Ordenados e vida Consagrada e a OSIB.
11. Produção de materiais missionários.
12. Jornada Nacional da IAM, em maio de 2019, com a temática do MME.
13. Mensagem às comunidades de vida contemplativa monástica e de clausura.
14. Promover a oração pelas missões em todos os níveis.
15. Assumir no DNJ 2019 a temática do MME: Batizados e Enviados
16. Entregar na 57ª AG da CNBB, a cruz missionária e bandeira com o logo do MME para todos os presidentes dos Regionais, bispos referenciais da missão e diocesanos.
17. Apresentar o projeto do MME numa sessão da 57ª AG da CNBB.
Regional
1. Fortalecimento dos COMIREs.
2. Tratar a temática nas Assembleias dos COMIREs e outros eventos.
Diocesano
1. Preparação e abertura do MME (01/10/19), no Santuário diocesano ou catedral.
2. Assumir no DNJ 2019 a temática do MME: Batizados e Enviados.
3. Envio de missionários, através dos projetos Ad Gentes e Igrejas Irmãs na vigília missionária.
4. Pastoral juvenil realizar atividade pública de anúncio do Evangelho.
5. Nas novenas dos santuários diocesanos contemplar a temática do MME.
6. Promover a oração pelas missões.
7. Acolher a proposta apresentada pela diocese de Roraima diante da situação dos imigrantes Venezuelanos.
8. Criação e fortalecimento dos COMIDIs.
Paroquial
1. Preparação, abertura do MME e lançamento do material da Campanha Missionária.
2. Realizar vigília 19/10/19, visitas missionárias e coleta no Dia Mundial das Missões (19 e 20/10).
3. Realizar a novena missionária com os testemunhos da Campanha Missionária.
4. Oração pelas missões e intensificar as visitas missionárias.
5. Inserir na novena dos padroeiros a temática do MME.
6. Criação e fortalecimento e de COMIPAs.
3ª Parte - Propostas para as Comissões Episcopais Pastorais da CNBB e organismos de comunhão e participação
A ideia central é inserir dentro da programação ordinária e habitual a temática do MME e não multiplicar atividades novas. Será uma ocasião para despertar, animar e não cansar as comunidades.
1. Ministérios Ordenados e Vida consagrada: bispos, presbíteros, diáconos, religiosos (as) e leigos(as) consagrados
• Divulgar as Cartas da Congregação para Evangelização dos Povos, referentes as motivações do MME.
• Trabalhar a temática do MME nos encontros de formação e retiros.
• Envolver comunidades de vida contemplativa monástica e de clausura. Enviar carta de motivação para oração.
• Destacar a vocação missionária de todo batizado no mês vocacional.
• Contemplar a temática do MME durante o 4º Congresso Vocacional Nacional.
• 3º Congresso Missionário Nacional de Seminaristas: 10-14 de julho 2019; em Santo Antônio da Patrulha-RS.
2. Laicato:
• Assumir através do CNLB a motivação do MME.
• Tornar conhecidas as Cartas do Papa Francisco e da Congregação para Evangelização dos Povos.
• Motivar os movimentos, novas comunidades e associações laicais para um maior impulso missionário.
• Divulgar o MME no site do Laicato.
3. Missionária
• Realizar o Seminário Nacional de Missiologia sobre o MME: 10-14 de junho de 2019; no CCM.
• Concluir e aprovar o Programa Missionário Nacional em abril 2019, durante a Assembleia do COMINA.
• Promover o 3 º Seminário Nacional de Missões Populares.
4. Animação Bíblico-Catequética
• Inserir a temática do MME no subsídio para os grupos de reflexão, para o mês da Bíblia.
• Preparar a reflexão bíblica, a partir da temática do MME, para cada dia do mês, no subsídio Igreja em Oração.
• Elaborar uma breve reflexão sobre a temática do MME para os Folhetos dominicais da CNBB.
• Preparar comentários especiais para os folhetos litúrgicos (em geral) do mês de outubro 2019.
5. Doutrina da Fé
• Coordenar a coleção de reflexões sobre a temática do MME: Batizados e enviados.
• Enfatizar a temática do MME nos encontros de formação sobre as novas DGAE, nos Regionais e dioceses.
6. Liturgia e música
• Promover Festival/concurso de música litúrgica missionária, em nível nacional.
• Elaborar orações para momentos de encontros, reuniões, etc., a partir da temática do MME.
7. Ecumenismo e Diálogo Inter-Religioso
• Inserir a temática do MME na Semana de oração para unidade de cristãos.
• Recuperar o conteúdo do Documento Diálogo e Missão, do então Secretariado para os Não-cristãos (1984).
8. Ação Sócio-transformadora
• Promover ações concretas de caridade missionária.
• Inserir a temática do MME na Semana Social, Gritos dos Excluídos, nos encontros das pastorais sociais, etc.
9. Cultura e Educação
• Envolver a ANEC na temática do MME. Como chegar às escolas?
• Intensificar cadastramento de experiências missionárias do Programa Missão País, dos jovens universitários.
• Inserir o Programa Missão País no Programa Missionário Nacional.
10. Vida e Família
• Inserir a temática do MME na Semana da Família, Hora da Família, Pastoral Familiar.
• Propor o Terço em famílias com intenções missionárias (carta do Cardeal Filoni).
11. Juventude
• Assumir a temática do MME no DNJ 2019.
• Promover ações missionárias: propor aos jovens uma atividade pública de anúncio do evangelho (carta do Cardeal Filoni).
• Divulgar o MME nas mídias sociais.
• Conectar a Romaria para Aparecida com a temática do MME.
12. Comunicação
• Produzir e divulgar vídeos com testemunhos missionários.
• Informar melhor a Igreja do Brasil sobre as experiências missionárias ad gentes e projetos Igrejas Irmãs e fazê-los mais conhecidos.
13. Comissão especial para Amazônia
• Conectar o Sínodo para Pan-Amazônia com o projeto do MME.
14. Bispos eméritos
• Preparar publicações sobre o MME no informativo.
• Sugerir a temática do MME para os retiros pregados pelos bispos eméritos.
15. Edições CNBB
• Dedicar um número da revista Bote Fé à temática do MME; um outro número, à missão ad gentes; um terceiro número, ao Projeto Igrejas Irmãs.
• Abordar a temática do MME nos Roteiros Homiléticos da CNBB.
Além das Comissões Episcopais, propor para todos os organismos de Comunhão e Participação da CNBB (CNP, CND, CRB, CNIS, CNLB e outros organismos).
4ª Parte - Outras propostas
1. Elaboração de um texto base (publicado pelas edições CNBB) a partir do Guia outubro 2019 da CEP (Congregação para Evangelização dos Povos) e da reflexão teológica.
Estrutura do texto:
a) Fundamentação teológica tendo presente a evolução do conceito de missão nos diferentes âmbitos, com destaque para a “missão ad gentes”
b) Mês Missionário Extraordinário:
• Recuperar o sentido do mês missionário
• Publicar as cartas da Congregação para Evangelização dos Povos e do Papa
• Propostas de programação em todos os âmbitos
• Proposta de temas para a novena dos padroeiros
• Apresentação dos símbolos do MME com explicação do logo e da cruz missionária
• Proposta da Oração dos fiéis
• Valorizar o Guia publicado pela CEP/Roma. Escolher um testemunho por continente e síntese das reflexões bíblicas para cada dia do mês de outubro 2019.
c) Sínodo para Amazônia (ver com a comissão episcopal para Amazônia).
2. Indicação Geral para o gesto concreto – outubro 2019
Ter como inspiração as três formas de Cooperação Missionária: oração, oferta e saída missionária. No final de semana (19 e 20/10/19) do Dia Mundial da Missões conectar estas três formas de cooperar com a missão de Deus. Realizar na paróquia visitas missionárias, uma vigília no sábado à noite e incentivar a coleta no final de semana. No livro da novena missionária, apresentar uma proposta de oração para vigília missionária.
3. Proposta de temas para a novena dos padroeiros:
Tema geral: Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo.
3.1. O encontro com Jesus Cristo.
3.2. Batizados e enviados.
3.3. Missão, identidade da Igreja (focar no testemunho do padroeiro da comunidade).
3.4. Missão além-fronteiras.
3.5. Testemunhas da missão.
3.6. Caridade, fonte e expressão da missão.
3.7. Formação de discípulos missionários.
3.8. Missão e o bem comum com atenção as Políticas Públicas.
3.9. Missão e sínodo da Amazônia.
4. Temas para a novena missionária e DVD com testemunhos
4.1. Introdução ao MME.
4.2. Projeto Ad Gentes.
4.3. Novas comunidades.
4.4. Projeto Igrejas irmãs.
4.5. Sínodo para Amazônia com enfoque nas realidades das grandes cidades e povos indígenas.
4.6. Conselhos Missionários.
4.7. Vida Contemplativa.
4.8. Pontifícias Obras Missionárias.
4.9. Iniciação à Vida Cristã (IVC) e missão.
Logo do Mês Missionário Extraordinário (MME)
Logo do Mês Missionário Extraordinário (MME)
O símbolo é sempre uma ponte que une o visível ao invisível e os transporta um no outro (P. Evdokimov).
O logo mostra uma cruz missionária cujas cores tradicionais lembram os cinco continentes. A cruz acolhe o mundo e favorece o encontro entre os povos, a comunicação entre as pessoas e com a Igreja universal, como se fosse um link, criando laços reais entre os povos.
A cruz é o instrumento e o sinal eficaz da comunhão entre Deus e os homens para a universalidade da nossa missão.
O mundo é transparente. Isso significa que nossa ação de evangelização não tem barreiras nem fronteiras. É o fruto do Espírito Santo. A cruz abraça todos os homens e mulheres deste mundo e, precisamente graças a ela, estamos unidos, conectados e abertos à comunhão.
Nossa solidariedade é universal; de fato, o mundo transfigurado no Espírito supera as distâncias e abre o olhar da nossa mente e do nosso coração. É o amor de Jesus que não conhece limites e fronteiras.
As palavras BATIZADOS E ENVIADOS, que acompanham a imagem, indicam os dois elementos característicos e inalienáveis de todo cristão: o batismo e o anúncio. Da cruz brota o batismo para a salvação do mundo para o qual somos enviados para anunciar o Evangelho de Jesus.
As cores da cruz são aquelas tradicionalmente atribuídas aos cinco continentes: vermelho para a América, verde para a África, branco para a Europa, amarelo para a Ásia e azul para a Oceania. Cada cor tem um significado simbólico que torna possível a conexão entre os continentes através dos povos, na comunhão de Deus com a humanidade.
O vermelho recorda o sangue dos mártires do continente americano, sementes para uma nova vida na fé cristã. É a cor da paixão dos missionários que, tendo chegado a um novo país, estão interessados na salvação do povo. Ainda hoje é um sinal da paixão daqueles que permanecem fiéis ao Evangelho. O vermelho lembra a terra e tudo o que é terrestre. É uma cor viva e comunicativa.
O verde é a cor da vida, da natureza, da vegetação. Simboliza crescimento, fertilidade, juventude e vitalidade. Verde é a cor que harmoniza o todo. O continente africano é chamado a essa harmonia mesmo no meio do deserto e do sofrimento. É a cor da esperança, uma das três virtudes teológicas.
O branco é símbolo da alegria, o começo de uma nova vida em Cristo. É o desafio para uma Europa antiga, chamada a reapropriar-se da força evangelizadora que a gerou, graças a tantas Igrejas.
O amarelo é cor de luz, que se alimenta de luz invocando a verdadeira Luz. A Ásia é o continente onde nasceu Jesus, o Filho de Deus, nosso Sol, que se surge do alto.
O azul é a cor da Oceania, formada por inúmeras ilhas espalhadas pelo oceano. É a cor que mais se aproxima do invisível, recorda a vida divina, lembra o mistério e nos convida à transcendência em relação a tudo o que é terreno e sensível. É a cor da água da vida que mata a sede e nos restaura ao longo do caminho para Deus; é a cor do nosso céu que é o sinal da morada de Deus conosco.
A cruz missionária recorda a Páscoa de Jesus que ilumina nossa vida e missão.
1. A haste está em forma de espiral ascendente. Recorda o movimento característico da missão, da encarnação em direção a Páscoa de Jesus, crucificado e ressuscitado que ilumina e transformando a realidade.
2. Os cravos, testemunham o martírio de Jesus na Cruz.
3. As flores que brotam da cruz, representam a vida nova que nasce da Páscoa de Jesus Cristo. Em meio a dor e sofrimento, Deus se manifesta e faz ressurgir a esperança e alegria do Evangelho.
4. A inscrição IHS, significa: Jesus, Filho de Deus, Salvador dos Homens.
5. Relíquia de Santa Nazária, fundadora de uma Congregação Missionária feminina na Bolívia.
A cruz missionária neste formato faz memória as missões jesuítas da Bolívia e a Evangelização dos povos da América Latina. Ela expressa o amor infinito de Deus e salvação da humanidade. Hoje, a cruz continua inspirando a evangelização dos povos e animando nossa espiritualidade da ação missionária.
O Papa Francisco no dia 9 de julho de 2015, em sua visita na Bolívia, abençoou 40 cruzes missionárias neste formato e as entregou para representante dos vinte três países do continente Americano como forma preparação ao 5º Congresso Missionário Americano (CAM 5) que aconteceu em julho de 2018 em Santa Cruz de La Sierra na Bolívia.
Para dar continuidade aos congressos missionários em âmbito de América e Brasil, propomos que a cruz missionária seja nosso grande símbolo para a preparação do Mês Missionário Extraordinário convocado pelo Papa Francisco para outubro de 2019 com objetivo de: “despertar em medida maior a consciência da missio ad gentes e retomar com novo impulso a transformação missionária da vida e da pastoral”.
Aprovado pelo Conselho Permanente CNBB
22 de novembro de 2018.
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