Veneração a Odetinha poderá ser um grande incentivo para a Infância Missionária


O Brasil ganhou, no mês de novembro, uma nova venerável. Odette Vidal Cardoso, uma menina que faleceu aos nove anos com fama de santidade na cidade do Rio de Janeiro (RJ), em 25 de novembro de 1939, vítima de Tifo. Para o arcebispo de Natal (RN) e presidente da Comissão para a Causa dos Santos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Jaime Vieira Rocha, a nova venerável poderá ajudar “a descobrir o quanto uma criança pode fazer a transformação que o Brasil precisa” e ainda ser “um grande incentivo para a Infância Missionária”.

Odette Vidal Cardoso nasceu em Madureira (RJ), no dia 18 de fevereiro de 1931, filha de pais de origem portuguesa, Augusto Ferreira Cardoso e Thereza de Jesus Vidal, conhecida por Alice. Viveu sua vida entre os bairros de Laranjeiras e Botafogo (estudos, residência, participação na Igreja).

Em artigo publicado em Vatican News, o arcebispo da arquidiocese do Rio de Janeiro (RJ), cardeal Orani João Tempesta, contou que as pesquisas para a elaboração do processo de Odetinha, como é carinhosamente conhecida, revelou que ela partiu para a vida eterna com fama de santidade. “O primeiro biógrafo padre Afonso Germe, religioso dos Padres da Missão de São Vicente de Paulo, que também era seu diretor espiritual e confessor, deixou a obra ‘Um lírio’, na qual registrou, apesar de sua vida tão curta, a intensidade de como viveu as virtudes da fé”, partilhou.

Vítima do Tifo, Odetinha lutou por 49 dias com muita resignação, fortaleza e confiança em Deus, de acordo com dom Orani. “O que ela pedia apenas, nesse período, era receber a Sagrada Comunhão. Nos últimos dias, ela recebeu também os sacramentos do Crisma e da Unção dos Enfermos”, conta.

Incentivo para a Infância Missionária
O presidente da Comissão para a Causa dos Santos da CNBB, dom Jaime Vieira Rocha, comentou o reconhecimento das virtudes heroicas da menina Odette considerando a realidade atual e disse que a figura de uma menina como venerável “ajudará imensamente a descobrir o quanto uma criança pode fazer a transformação que o Brasil precisa”.

“Estamos vivendo um tempo de bastante dificuldade em nossa Pátria. Crianças que passam fome, que sofrem pelas desigualdades sociais, que ficaram órfãos pela COVID, que estão privadas da formação educacional e religiosa, dentre tantos outros problemas. Termos a figura de uma criança sendo colocada para a veneração ajudará imensamente a descobrir o quanto uma criança pode fazer a transformação que o Brasil precisa”.

Para dom Jaime, Odete poderá ser um grande incentivo para a Infância Missionária: “buscando levar as crianças a motivarem seus pais na oração diária, no amor à Santa Missa, na devoção à Mãe do Céu, na catequese para as outras crianças”.

E continua: “Os hábitos de jejum de Odetinha poderão também ajudar as crianças a redescobrirem o sentido da partilha: as que têm mais doando para as que nada têm. O seu sofrimento diante da enfermidade levará as crianças brasileiras a entenderem o quanto, neste tempo de pandemia, há a necessidade do cuidado com os protocolos sanitários e da atenção para os que sofrem. Sua resignação diante da dor, poderá levar a encontrar em Jesus a esperança diante das dificuldades. O seu desejo de comungar antes de morrer ensinará às nossas crianças o quanto é importante essa proximidade com Jesus Eucarístico, alimento da vida e força para a alma”.

Recordando o processo da confirmação das virtudes heroicas, dom Orani revela que o consultor histórico da Congregação para a Causa dos Santos, professor Gaetano Passarelli, ao organizar a biografia oficial de Odetinha, a chamou de “pequena mística”.

“Entre suas virtudes heroicas, Odetinha destaca-se por seu amor a Jesus Cristo presente no Santíssimo Sacramento, a ponto de ser chamada de ‘Mística da Eucaristia’. Ela tinha convicção de quem era Deus e o valor do sacramento e, por isso, recebeu a Primeira Comunhão aos seis anos, no dia 15 de agosto de 1937. Na companhia de sua mãe, a quem aprendeu a conhecer os mistérios da misericórdia de Deus, participava todos os dias da missa. No ‘Terço do Amor’, que até hoje se reza nas missas da Basílica de Botafogo, no dia 25 de cada mês, Odetinha repetia a jaculatória ‘Meu Jesus, eu vos amo’. No último momento de sua vida, ela também implorou pelo seu doce Jesus: ‘me leve para o céu’”.

FONTE: CNBB

Postar um comentário

0 Comentários