Mil crianças de Timor-Leste, tiradas de suas famílias mais de dez anos atrás, são retidas com a força na Indonésia, convertidas ao Islã, instruídas em colégios islâmicos e nacionalizadas. Hoje, a maior parte delas se encontra em escolas e estruturas de acolhimento na área de Java ocidental, nas mãos de "educadores" muçulmanos que se recusam a entregá-las novamente a suas famílias. É a história contada a Fides por fontes da Igreja indonésia, confirmada por alguns agentes humanitários católicos que tentaram levá-las para casa, sem sucesso, para seus núcleos familiares de origem em Timor-Leste.
Alguns pais timorenses, ressalta uma fonte local de Fides, encontraram seus filhos, mas os responsáveis pelos colégios não os libertaram. Pe. Benny Susetyo, Secretário da Comissão Episcopal para o Diálogo Inter-religioso, disse à Fides: "É um caso muito triste, um claro abuso: como Comissão levantamos a questão junto com outras organizações da sociedade civil como 'Kontras'. Apresentamos o problema ao Governo, às Nações Unidas, organizações muçulmanas, como questão fundamental que afeta os diretos humanos, a tutela dos direitos da crianças e a liberdade religiosa". A análise de Pe. Susetyo prossegue: "Casos como este mostram como as relações e entre política e religião tenham um forte impacto sobre a liberdade dos cidadãos, sobretudo sobre as minorias. É urgente limitar a instrumentalização da religião na política. A área de Java é um exemplo: grupos muçulmanos querem impor regras inspiradas na charia (lei islâmica)". Além disso, conclui, "os problemas principais em Timor-Leste, nação de maioria católica, são a excessiva burocracia e a corrupção: dois elementos que influem no retorno dessas crianças".
FONTE: Agência Fides - 07/02/2012
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