“Eu sou missionário, mesmo sem salário vou falar de Cristo e dos planos seus”. Estas palavras fazem parte de uma das canções a animar mais um Bate-latas de Jesus, iniciativa evangelizadora da Infância e Adolescência Missionária - IAM. A ação reuniu pelo menos 180 crianças, adolescentes e jovens, de sete comunidades das cidades do Gama e Taguatinga, no entorno de Brasília - DF, e percorreu as ruas do Setor Sul no Gama, na manhã deste domingo, 26 de agosto.
“Utilizamos o barulho das latas para chamar as pessoas para fora de suas casas. Enquanto isso, evangelizadores abordam as pessoas, leem a Palavra de Deus e partilham. É evangelizar de uma forma diferente”, explica Lauro Condirán, coordenador da IAM da Arquidiocese de Brasília.
Promovido pela capela São Luiz Gonzaga, o Bate-latas de Jesus iniciou com missa presidida pelo diretor das Pontifícias Obras Missionárias - POM, padre Camilo Pauletti e concelebrada por padre Jaime C. Patias, da União Missionária. “Como faz bem partilhar, fazer uma oração por alguém, ir ao encontro das pessoas, oferecer algo. É um bem não somente para quem recebe, mas também para quem o faz”, afirmou padre Camilo ao falar sobre o compromisso com a missão. Durante a celebração a pequena Maria Eduarda, 5 anos, que participa da IAM desde os dois anos, recebeu o batismo. Em seguida, a recém batizada já estava alinhada com os coleguinhas para mostrar que a missão começa cedo.
Crianças de 5 a 14 anos vestindo camisetas da IAM com latas de vários tamanhos e formatos ganham as ruas. A orquestra está formada. À frente os símbolos da missão: o terço missionário, o globo, o cartaz da IAM e cinco bandeiras com as cores dos continentes. O ritmo parte dos tambores dos líderes e logo é seguido pelo ruído das latas nas mãos dos pequeninos. Enquanto isso, os adolescentes, dois a dois, abordam os moradores nas portas de suas casas com um sorriso no rosto e Bíblia na mão. Após breve apresentação pedem licença para ler um trecho da Palavra de Deus seguida por reflexões aplicadas à realidade.
A senhora Iris Ferreira Souto recebeu duas das evangelizadoras. Ela explica que foi o pequeno Artur Souto, de 5 anos, que a chamou até a porta onde aguardavam Ana Kerolayne Moreira, 13 anos e Maria Luiza Berteli, 12 anos. “Gostei muito por que aproxima as pessoas e atrai as crianças para a Igreja. Precisamos deixar as coisas ruins do mundo e participar de coisas boas na casa de Deus”, avaliou dona Iris.
“Quando a pessoa abre a porta e aceita a palavra é por que ela está precisando dessa palavra de conforto”, comentou Kerolayne satisfeita. Maria Luiza participa pela primeira vez e se sente feliz em ver o grupo crescer. “Estou aprendendo com a minha colega. É muito legal”, disse.
Mais adiante, após ouvir a mensagem dos visitadores, a senhora Maria José Nogueira, permanecia junto à porta. “As crianças falaram sobre Abraão e eu entendi que devemos acreditar sempre em Deus, nunca deixar de ter fé. Isso é muito bonito”, revelou.
Raimunda Ferreira dos Santos, assessora da IAM na capela São Luiz Gonzaga destaca o trabalho de conjunto. “A Juventude Missionária - JM, não pode existir separada da IAM, precisa trabalhar junto inclusive com a catequese”. Durante a ação era visível atuação dos jovens e lideranças na coordenação, segurança, animação, logística e apoio.
Durante o percurso, onde há doentes, o coordenador orienta uma parada. Todos estendem as mãos e oram. Luciléia é esposa de Ronaldo. O casal é da Pastoral Familiar. Ele frequenta curso para diáconos. Ela faz tratamento para se livrar de um câncer e recebeu a visita das crianças que deixaram uma mensagem de solidariedade.
A história do Bate-lata teve início com o apelo do então bispo auxiliar de Brasília, dom Alberto Taveira para intensificar a evangelização. A paróquia Sagrada Família em Taguatinga Norte, liderada pelo padre Ézio foi a primeira a desenvolver essa dinâmica. Em 1995 o trabalho se estendeu ao estado de Minas Gerais, na cidade de Uberaba sob a liderança da Irmã Helena. Já na paróquia São João Batista, no Gama, o primeiro Bate-lata de Jesus aconteceu em 2004, na capela Bom Pastor e reuniu 150 crianças e 40 coordenadores. O segundo ocorreu no em 2005, na matriz São João Batista, com 200 crianças. No mesmo ano aconteceu uma terceira edição já na capela São Luiz Gonzaga.
“O povo foi percebendo que a cada novo Bate-lata de Jesus, aparecia uma novidade, que seduzia toda a comunidade a seguir Jesus mais de perto”, explicou Déa Cláudia Duarte Queiroz, coordenadora do Conselho Missionário da Arquidiocese de Brasília - DF, e frequenta a comunidade. “Enquanto houver uma só pessoa que abra sua porta e seu coração para ouvir a Palavra de Deus e houver um grupo da Infância, Adolescência e Juventude Missionária, haverá o Bate-lata de Jesus”.
O encerramento foi na capela com uma avaliação seguida de almoço preparado pela comunidade. Os pequenos evangelizadores querem percorrer mais ruas e andar um dia inteiro. Foram poucas as pessoas que não aceitaram a visita. A maioria ouviu a leitura bíblica com atenção e aprovou a iniciativa.
FONTE: POM - www.pom.org.br
Veja a experiência do Bate-Latas no DVD da Campanha Missionária:
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