Com alegria, diversos grupos da Pontifícia Obra da Infância e Adolescência Missionária (IAM) retornaram ou iniciaram suas atividades em todo o Brasil, neste ano de 2017. A Obra tem por finalidade suscitar o espírito missionário universal nas crianças e adolescentes, desenvolvendo o protagonismo na solidariedade e na evangelização e, por meio delas, em todo o Povo de Deus. “Crianças e Adolescentes ajudam e evangelizam crianças e adolescentes”.
Nesse espírito, as crianças e adolescentes da IAM do Brasil se preparam para celebrar, dia 28 de maio, a sua 5ª Jornada Nacional, com o tema “A IAM do Brasil a serviço da missão na Oceania”. A iniciativa acontece todos os anos no último domingo de maio, nas dioceses do Brasil, para marcar o aniversário de fundação da Obra criada na França por dom Carlos de Forbin-Janson em 19 de maio de 1843.
A celebração da Jornada Nacional da IAM é aguardada com ansiedade pelas crianças e adolescentes, como relata o pequeno Guilherme Altoé Vaz, 11 anos, da paróquia de São Cipriano em Jaguaré no Espírito Santo: “O sentido da consagração, para mim, é vivenciar Jesus Cristo, sentir a sua presença em meu coração e evangelizar as pessoas para o Reino de Deus”, afirma Guilherme.
Atividades
Na Jornada é realizada uma celebração especial que inclui a consagração das crianças e adolescentes, a entrega do lencinho e do escuto da IAM com a borda azul, para recordar a Oceania, e a coleta do Cofrinho com a oferta das crianças. Em seguida, os coordenadores conferem os cofrinhos e enviam o resultado arrecadado ao Secretariado Nacional da IAM, em Brasília (DF) que, por sua vez, destina o montante arrecadado para projetos na Oceania.
A celebração é importante para as crianças e adolescentes, mas também para as comunidades, conforme relata Maria Isabel, assessora da IAM em Joinville (SC): “Acho a Jornada extremamente importante, pois as crianças e adolescentes firmam seu compromisso missionário perante a comunidade e o mundo. Por ser nacional, estão interligadas com todos os outros grupos de IAM do Brasil”, afirma a assessora.
Cada Jornada destaca um Continente para conhecer melhor sua realidade de missão, rezar e enviar as ofertas das crianças e adolescentes. “Este ano será mais lindo ainda pois vamos celebrar o último Continente, a Oceania, completando o mundo com nossos lencinhos. Precisamos continuar com essas celebrações para mostrar a grandiosidade dessa Obra missionária, contando sempre com a intercessão de Maria”, finaliza Maria Isabel.
Este ano de 2017, a 5ª Jornada Nacional da IAM será celebrada em comunhão com o menor dos continentes, a Oceania, representado pela cor azul. A Oceania é formada por 14 países, sendo a Austrália ocupante de 96% de seu território. Nova Zelândia e a Papua Nova Guiné são os outros países com maior território. O Continente azul abrange também 14 territórios ultramarinos, que são colônias de países ocidentais. O meio de comunicação entre as ilhas é o barco, as pirogas e o avião.
Até o século XVIII, o Continente era povoado por centenas de povos aborígenes, com língua e cultura diferentes. Na atualidade, alguns países, caso da Nova Zelândia, a maioria da população descende de europeus. Com cerca de 37 milhões de habitantes, a Oceania tem apenas 16 milhões de cristãos. A Evangelização apresenta o seguimento de Jesus Cristo aos que ainda não ouviram falar n’Ele. Mas também, inclui o trabalho em defesa da diversidade dos povos e das culturas, e luta pela preservação da rica biodiversidade dessa região do Planeta.
O Cartaz
O cartaz da 5ª Jornada destaca o azul com as ondas que recordam a água, uma realidade predominante na Oceania, Continente formado por mais de 10 mil ilhas e banhado pelos oceanos Índico e Pacífico. Na arte central, o menino vestido de azul, representante da Oceania, é quem carrega a Palavra de Deus. Ele caminha ladeado pelos representantes dos outros continentes, ressaltando o compromisso das crianças e adolescentes em “tornar Jesus conhecido e amado”. O Cartaz destaca ainda o sol e elementos da natureza que lembram a biodiversidade e, ao mesmo tempo, a alegria, característica das pessoas que realizaram a experiência do encontro com Jesus Cristo.
Curiosidades da Igreja na Oceania
Ao fazer um breve retrato da Igreja na Oceania, temos que destacar vários aspectos. Primeiro, o seu carácter plural e a sua grande riqueza cultural. Os povos desse Continente geraram culturas ricas de sentido do sagrado, de alegria de viver, de valores de acolhimento e fraternidade, que facilitaram a sua abertura ao Evangelho e que, no Evangelho, encontraram uma força potencializadora desses valores. Por isso, a Igreja na Oceania, talvez mais que nos outros continentes, sente e vive o desafio da inculturação: é uma Igreja ainda em construção, para que culturas e Evangelho se encontrem de um modo fecundo.
Em segundo lugar, a Igreja na Oceania é também uma Igreja de emigrantes, de populações que se misturaram com os nativos e se espalharam pelas ilhas do Pacífico, populações oriundas da Europa, da Ásia, das Américas. Também por esse motivo, a Igreja da Oceania é uma Igreja de rosto plural, com muitas raízes culturais e de fé. Ainda em processo de unificação, tem um pluralismo de expressões, situações e sensibilidades. Nesse processo, os povos indígenas devem marcar o passo, pelo seu protagonismo.
Em terceiro lugar, a Igreja e a missão cristã na Oceania têm uma característica muito própria, no que se refere ao envolvimento nos processos de transformação social: o combate à pobreza, a sensibilidade ecológica e a defesa da vida, mais concretamente dos sistemas de biodiversidade próprios do Oceano Pacífico. Nesse sentido, como bem disse o sínodo dos bispos da Oceania, as Igrejas locais do Continente assumem-se como “guardiãs do Pacífico”. (Fonte: www.audacia.org/v2/article/seguir-jesus-na-oceania)
Irmã Patrícia Souza, secretária nacional da Pontifícia
Obra da Infância e Adolescência Missionária.
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