Nesta entrevista, vamos conhecer um pouco da trajetória missionária do Pe. Vagner Alves, missionário dedicado à Evangelização desde sua infância pela IAM.
POM: Pode nos contar um pouco de sua história pessoal em família e na comunidade?
Pe. Vagner: Venho de uma família que sempre valorizou a fé, a oração e a vida comunitária, elementos que foram essenciais para o despertar da minha vocação. Foi no seio familiar que aprendi os primeiros valores cristãos, a importância da partilha, do respeito e do compromisso com a Igreja. O apoio, as orações e o exemplo de meus familiares, principalmente dos meus pais, foram e continuam sendo um alicerce para minha vocação e missão. Gosto de recordar que fui criança da IAM. E foi na participação dos grupos que iniciei minha caminhada ativa nos trabalhos pastorais da paróquia. Na comunidade, minha caminhada foi marcada pelo convívio com pessoas que testemunharam, com suas vidas, a alegria do Evangelho.
Ao longo do tempo, aquele compromisso assumido e vivido como estilo de vida na IAM, “tornar Jesus Cristo conhecido e amado”, tornou-se cada vez mais forte, traduzindo-se em vocação.
POM: O que destaca do período de ordenação e de trajetória na missão presbiteral?
Pe. Vagner: Embora sejam apenas 10 anos de ordenação presbiteral, eles foram marcados por experiências profundamente enriquecedoras, que fortaleceram meu chamado ao serviço e à evangelização. Após ordenado, atuei como assessor diocesano da IAM, serviço que me permitiu estar próximo das crianças e adolescentes, acompanhando seu crescimento de fé e compromisso missionário. Foi um tempo de aprendizado, em que pude testemunhar a força evangelizadora dos pequenos e a capacidade de serem verdadeiros discípulos e missionários de Jesus.
Mais tarde, ao assumir a coordenação da IAM no Regional Sul 2, tive a oportunidade de ampliar essa experiência missionária, ao colaborar com a animação e a formação de assessores e coordenadores. Foi um período de desafios e muita partilha, onde aprendi que a missão só se realiza plenamente na comunhão e na sinodalidade. Outro momento especial foi a oportunidade de ir até Guiné-Bissau, mais especificamente Quebo, onde o Regional Sul II tem a missão católica São Paulo VI. Estar em terra de missão, conhecer de perto a realidade do povo, ver a força da fé em meio a tantas dificuldades foi uma experiência transformadora. Aprendi que a missão vai muito além das palavras: é presença, é proximidade, é deixar-se tocar pela cultura e pela história de cada povo.
Pe. Vagner: Dois foram os sentimentos: o primeiro foi de alegria, porque sei que estar na secretaria da IAM é uma oportunidade de crescer na fé e no serviço, aprofundar o compromisso missionário e colaborar para que crianças e adolescentes vivam o seu protagonismo, sendo sujeitos na missão a descobrirem a vocação batismal de discípulos missionários de Cristo. Segundo, foi o sentimento de temor, pois sei do desafio de estar à frente de um trabalho de animação e articulação missionária nacional. Sei que exige empenho, escuta, discernimento e disponibilidade. Mas também sei que posso contar com a oração, o apoio e a comunhão de todos aqueles que caminham nessa bonita missão.
POM: Quais as perspectivas para esse trabalho?
Pe. Vagner: Em primeiro lugar, continuar a fortalecer a identidade missionária das crianças e adolescentes, ajudando-os a crescer no compromisso missionário e na sensibilidade às diferentes realidades das crianças e adolescentes em todo o mundo. Além disso, articular e acompanhar as atividades missionárias, promovendo formações, encontros e iniciativas que despertem o protagonismo das crianças e adolescentes na Igreja e na sociedade. Também proporcionar espaço de reflexão e espiritualidade, com o objetivo de atualizar e aprofundar a vivência do carisma da Obra.
Texto publicado originalmente na Revista SIM, 2025
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