O senhor está prestes a completar dez anos à frente desta Obra. Na sua opinião, quais poderiam ser as conquistas mais importantes da Infância Missionária?
Poderia mencionar pelo menos cinco delas:
1.- Parece-me importante o fato de que esta Obra foi fundada em 1843, ou seja, há 165 anos. Não é pouco um período de 165 anos, mas ainda estamos trabalhando e fazemo-lo com muita motivação. Não obstante todo o tempo transcorrido, pareceria que como Obra nascemos ainda ontem. Para mim, isto é muito positivo.
2.- Como podemos constatar, a nível econômico as pessoas continuam a responder às necessidades das crianças. Isto demonstra que merecemos confiança, e que desenvolvemos uma boa animação missionária. É por isso que encontramos um eco nas pessoas, nos católicos, que ainda querem ajudar-nos.
3.- Utilizamos de modo correto os meios que nos são oferecidos pela tecnologia moderna, sobretudo no mundo digital. Cada dia vejo, sobretudo nos Encontros, Congressos, Assembléias, principalmente na América e na Europa, mas também em outros países, o uso frequente e adequado de computadores, filmadoras, etc. Isto permite-nos aproveitar as oportunidades e os desafios que nos o mundo moderno nos apresenta, por exemplo, a globalização. O mundo moderno, para nós, não é um elemento contrário, mas sim uma oportunidade.
4.- Vejo um grande espírito de colaboração, a todos os níveis, entre as pessoas que trabalham conosco, nas Direções Nacionais, nas sedes diocesanas, etc.
5.- Conseguimos convencer muitos Bispos, sacerdotes e leigos, que as crianças são protagonistas na Igreja. Neste sentido, transmitimos a inspiração e o pensamento de João Paulo II e de Bento XVI a respeito da importância destes pequenos grandes missionários da Igreja.
E quais seriam as cinco maiores necessidades?
1.- Enfrentar a pobreza que aumenta sempre e que não dá trégua, enfrentar a corrupção dos governos, o egoísmo do consumismo, a falta de valores e de ideais em muitas sociedades.
2.- Continuar a desfrutar das vantagens que nos oferecem os meios de comunicação social. Envolvermo-nos em maior medida, por exemplo a nível televisivo, para podermos mostrar a urgência e a necessidade de um serviço adequado em defesa e para o desenvolvimento das crianças.
3.- Levar todo o Povo de Deus a tomar maior consciência da importância e do protagonismo que as crianças têm no campo da evangelização. Não transmitir estas idéias como já adquiridas. As idéias adquiridas, gradualmente são esquecidas, se não forem recordadas com frequência.
4.- Cada dia surgem novas formas de exploração e de escravidão das crianças: a droga, a prostituição infantil, o trabalho em situações de perigo para os menores, a pedofilia, etc. Devemos estar sempre alertas contra todos estes males. Temos que ensinar às próprias crianças a dignidade que elas têm como Filhos de Deus.
5.- Recordar sempre que a pessoa vale por aquilo que é, e não pela utilidade que pode vir a ter. Em uma sociedade que busca sempre o lucro, corre-se o risco de que, aqueles que menos podem contribuir para o desenvolvimento material, permaneçam relegados ao segundo ou terceiro lugar. Refiro-me aos idosos, aos enfermos e sobretudo às crianças.
Poderia transmitir uma mensagem aos meninos e às meninas da Infância Missionária?
Embora as crianças sejam pequenas, seria muito bom que tomassem consciência dos momentos difíceis pelos quais o mundo passa: continua a guerra no Afeganistão, no Iraque, no Congo e em outros países, e vemos imagens terríveis de ataques contra pessoas pobres, de modo especial contra crianças, que sofrem sempre com maior intensidade os efeitos desta situação tão triste. É por isso que exorto todos os meninos e todas as meninas, especialmente as crianças da Infância Missionária, que recitem sempre muitas preces a Deus, a fim de que venha a paz aos nossos países nesta nossa época.
Também o Santo Padre Bento XVI está muito preocupado e por isso exorta toda a Igreja católica a rezar incessantemente a Deus, a Maria Mãe de Deus, para que chegue a paz em favor de todos os nossos povos e especialmente das pessoas mais indefesas, como os meninos e as meninas.
FONTE: Vaticano
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