As crianças no Documento de Aparecida

De 13 a 31 de maio de 2007 realizou-se a V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe. Este importante acontecimento teve lugar na cidade de Aparecida, no Brasil, e contou com a presença do Santo Padre na sua sessão inaugural. Do Documento conclusivo tiramos alguns pontos que se referem com particular atenção ao tema da infância.

A infância, hoje em dia, deve ser destinatária de uma ação prioritária da Igreja, da família e das instituições do Estado, tanto pelas possibilidades que oferece como pela vulnerabilidade a que se encontra exposta. As crianças são dom e sinal da presença de Deus em nosso mundo por sua capacidade de aceitar com simplicidade mensagem evangélica. Jesus os escolheu com especial ternura (cf. Mt 19,14), e apresentou sua capacidade de acolher o Evangelho como modelo parar entrar no Reino de Deus (cf. Mc 10,14; Mt 18,3). (438)

Vemos com dor a situação de pobreza, de violência intra-familiar (sobretudo em famílias irregulares ou desintegradas), de abuso sexual, pela qual passa um bom número de nossas crianças: os setores de infância trabalhadora, crianças de rua, crianças portadora de HIV, órfãos, soldados, e crianças enganadas e expostas à pornografia e prostituição forçada, tanto virtual quanto real. Sobretudo, a primeira infância (0 a 6 anos) requer um cuidado e atenção especiais. Não se pode permanecer indiferente diante do sofrimento de tantas crianças inocentes. (439)

Por outro lado, a infância, ao ser a primeira etapa da vida do recém-nascido, constitui uma ocasião maravilhosa para a transmissão da fé. Vemos com gratidão a valiosa ação de tantas instituições a serviço da infância. (440)

A esse respeito, propomos algumas orientações pastorais: (441)

a) Inspirar-se na atitude de Jesus para com as crianças, de respeito e acolhida como os prediletos do Reino, atendendo a sua formação integral. De importância para toda sua vida é o exemplo de oração de seus pais e avós, que têm a missão de ensinar a seus filhos e netos as primeiras orações.

b) Estabelecer, onde não existam, O Departamento ou Seção da Infância para desenvolver ações pontuais e orgânicas a favor dos meninos e meninas.

c) Promover processos de reconhecimento da infância como um setor decisivo de especial cuidado por parte da Igreja, da Sociedade e do Estado.

d) Tutelar a dignidade e os direitos naturais inalienáveis dos meninos e das meninas, sem prejuízo dos legítimos direitos dos pais. Cuidar para que os meninos recebam a educação adequada a sua faixa etária no âmbito da solidariedade, da afetividade e da sexualidade humana.

e) Apoiar as experiências pastorais de atenção à primeira infância.

f) Estudar e considerar as pedagogias adequadas para a educação na fé das crianças, especialmente em tudo aquilo relacionado à iniciação cristã, privilegiando o momento da primeira comunhão.

g) Valorizar a capacidade missionária dos meninos e das meninas, que não só evangelizam seus próprios companheiros, mas que também podem ser evangelizadores de seus próprios pais.

h) Fomentar a instituição da Infância Missionária.

i) Promover e difundir processos permanentes de pesquisa sobre a infância, que façam sustentável, tanto o reconhecimento de seu cuidado, como as iniciativas a favor da defesa e de sua promoção integral.

FONTE: http://www.vatican.va

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