O carisma da Santa Infância (Infância e Adolescência Missionária) como caminho de santidade das crianças.
Seu pai era um médico oriental, tratava os camponeses com ervas; mas com o tempo, o trabalho dele não lhe permitiu mais dar uma vida digna à família.
Durante as viagens que o doutor Tchen fazia pelas vilas para tratar das doenças dos moradores, o pequeno Paulo ficava em casa com sua mãe e seus irmãos. Ele era um garoto sereno e feliz, conformado com tudo.
O pequeno ajudava seu pai a procurar as ervas e colher as frutas. Ele realizava sua tarefa com alegria, feliz de poder ajudar de alguma maneira sua família.
Seu pai estava preocupado por conta da pobreza em que se encontravam seus filhos. Um dia, ele ouviu falar dos colégios da Santa Infância, onde as crianças carentes eram acolhidas, educadas e encaminhadas a uma profissão. Então o doutor Tchen pensou em conduzir seu filho até lá.
Com dor, ele confiou a vida de seu filho ao padre Louis Faurie, um missionário francês que o acolheu com amor. Durante anos, o pequeno Paulo não viu nenhum membro de sua família.
Paulo seguia com interesse a catequese e ele era encantado com a vida de Jesus. Ele fazia várias perguntas sobre esse bom amigo que amava as crianças. O padre Faurie encontrou o dom da graça nele e o admitiu no seminário.
Já era seminarista quando recebeu o Batismo e a Primeira Comunhão. Para ele foi feita uma exceção já que nenhum jovem era aceito no seminário se não pertencia a uma família cristã. Paulo tinha uma especial devoção e amor por seu amigo Jesus, que o fez dono de uma vocação extraordinária...
Paulo estudava com gosto, e rezava muito. Ele gostava da profissão de carpinteiro.
Com 19 anos, seu pai veio buscá-lo, mas ele lhe disse: “Pai, eu não lhe pertenço mais, a Igreja me acolheu e me fez crescer, é a ela que eu pertenço. Deus me chama e eu devo segui-lo”.
No dia 12 de junho de 1861, os soldados chineses invadiram o seminário e sequestraram Paulo e seus dois companheiros: José e João Batista. Frequentemente, os chineses perseguiam os cristãos por motivos injustificáveis.
O calvário durou muito tempo, mas os jovens testemunharam sua fé durante o sofrimento e as ameaças. Paulo escrevia: “Somos tentados de muitas maneiras, e fazem todo o esforço possível para arrancar-nos nossa fé, mas preferimos morrer a renunciar a nossa religião”.
O padre Faurie, tornado vigário Apostólico, conservava as belas cartas de Paulo e encorajava os jovens a resistir, na esperança de poder salvá-los. De seu lado, Paulo encorajava seus companheiros e lhes convencia a ficar fiéis à religião cristã. Ele assegurava ao bispo que os dias deles estavam sendo iluminados pelo sofrimento que era sustentado pela oração.
A senhora Marta, uma santa mulher cristã, desafiava os soldados levando comida, roupas limpas e alguns pedaços de papel para que os jovens escrevessem ao padre Faurie. Foi ela quem fez o testemunho do sofrimento e da grande fé de Paulo. Ela, assim, como os garotos, foi morta.
Na madrugada de 29 junho de 1861, Paulo e seus companheiros foram levados para fora da prisão e empurrados contra uma parede. Paulo então compreendeu que havia chegado o momento e orou intensamente ao seu amigo Jesus, agradecendo por ter-lhes dado o privilégio do martírio.
O padre Faurie solicitou os corpos dos mártires. Ele, que havia sido o diretor espiritual de Paulo, escreveu sua vida e enviou às crianças da Santa Infância de Paris, afim de que ele seja um exemplo e um encorajamento para elas durante o engajamento missionário.
Paulo foi beatificado pelo Papa Pio X em 1908. Em 1920, seu corpo foi transportado para a catedral de Notre Dame de Paris e enterrado na capela da Santa Infância. No dia 01 de outubro de 2000 foi canonizado por João Paulo II.
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