"A missão da Igreja é ajudar as pessoas a realizar seu potencial. Podemos ajudar a fornecer à sociedade uma instrução de qualidade. Nossa força está nos serviços, na instrução e na saúde, que queremos colocar a serviço do país, pelo bem comum". Assim, Dom Charles Maung Bo, SDB, Arcebispo da capital, Rangun, e Secretário geral da Conferência Episcopal do Myanmar descreve à Agência Fides, o compromisso da Igreja católica pelo futuro do país, nesta fase de transformação da nação.
O Arcebispo faz um exemplo simbólico: "A Catedral de Santa Maria, em Rangun, completa 100 anos. É o símbolo da história do cristianismo nesta terra. Sobreviveu a ingentes danos e desastres como terremotos, bombardeamentos e ciclones. Em um país de milhões de barracos, esta igreja, no centro da cidade principal, proclama a mensagem de Cristo. Os cristãos começam o novo milênio e vivem a atual fase histórica com esperanças e otimismo".
"A Igreja Católica - afirma - é uma exígua minoria, sem poder. O que não nos impediu de levar adiante a nossa missão e de estar presente na sociedade, de modo discreto, mas eficaz". "De fato - afirma Dom Bo -, somos a única comunidade, além do exército, presente em todo o país. A Igreja abraça todos os grupos étnicos. Em muitas partes remotas, somos o único grupo a alcançar as pessoas em suas necessidades pastorais, educativas e sanitárias. Somos um dos poucos exemplos encorajantes de como uma Igreja tenha sobrevivido apesar dos vínculos sufocantes".
O Arcebispo recorda alguns momentos dolorosos e o crescimento da comunidade: "Os missionários foram expulsos em 1966. Os nossos melhores recursos foram nacionalizados. Escolas e hospitais foram confiscados e ficamos na pobreza da noite para o dia. Apesar disso, a evangelização e o cuidado do povo prosseguiram. De oito dioceses, passamos a 16. De 300.000 católicos, hoje somos 750.000. De 150 a 750 sacerdotes, as freiras eram 400, hoje são 1.600. Temos centenas de catequistas. Todas as dioceses têm sua rede Caritas, atividades pastorais e sociais". Hoje, numa nação que está mudando, a Igreja - conclui - pretende ser "um recurso para o futuro do país".
FONTE: Agência Fides - 24/11/2011
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