Mais de 70 mil crianças congolesas foram torturadas, abandonadas, mortas e acusadas de bruxaria. Somente na região de Kinsasha, 30 mil crianças de rua foram afastadas de suas famílias por este motivo. Boa parte da população, dos professores, profissionais e líderes religiosos, acredita em feitiçarias.
Trata-se de um fenômeno muito comum na cultura bantú e difícil de eliminar, segundo denúncias de várias organizações engajadas em seu combate. Os principais carnífices destas pequenas vítimas são seus próprios pais, pessoas próximas e pregadores de igrejas “independentes” que não correspondem a alguma estrutura hierárquica, prática ou doutrina religiosa.
Os “pastores” destas igrejas, para cada exorcismo praticado, recebem doações de familiares, de 300 a 2 mil dólares, para a “libertação”. Alguns exorcismos consistem em trancar as vítimas em suas casas durante dias sem comida nem água, para prepará-los a libertar-se dos esp íritos malignos. Em seguida, os pequenos são apresentados ao pastor, que inicia um ritual de gritos e danças que vão adiante até que as crianças caiam no chão, exaustas e chocadas.
Os ativistas que combatem a prática da magia negra se encontram diante da indiferença geral, do silêncio e da passividade das autoridades, e acusam a polícia de impedir a denúncia dos casos.
FONTE: Agência Fides - 22/09/2014
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