“É necessário refletir e promover a educação para a paz”, afirmou Dom Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo metropolitano de Manaus, no início do evento que marcou a abertura da Campanha da Fraternidade em Manaus (AM). A celebração aconteceu na frente do prédio do Instituto de Educação do Amazonas – IEA, localizado à Rua Ramos Ferreira – Centro, na manhã do dia 2 de março, Quarta-Feira de Cinzas, data em que também inicia o tempo quaresmal na Igreja Católica.
A celebração teve início com momento de animação, seguida da apresentação de dança de meninas da Casa Mamãe Margarida e a dramatização das crianças da Infância e Adolescência Missionária (IAM). Depois houve momento penitencial, , salmo e leitura do Evangelho de João 8, 1-11, orações e reflexões sobre a temática da Campanha da Fraternidade que este ano traz o tema “Fraternidade e Educação” e o lema “Fala com sabedoria, ensina com amor” (Pr 31,26).
Na ocasião, o arcebispo convidou todos os presentes, que representam todas as comunidades da Arquidiocese de Manaus, a vida religiosa, os ministros da palavra, os ministros da Eucaristia, os estudantes, os professores, os padres, enfim, todos para que tenham um espírito que deseja a quaresma, que deseja caminhar com Jesus, um tempo de conversão, penitência e reflexão, sendo que neste ano todos são convidados a refletir sobre a educação, em especial aquela que desperta para a vida e para a paz.
“Quaresma é caminhar com Jesus. É caminhar com Jesus que sofre, Jesus nas dores, Jesus crucificado. Mas é caminhar e chegar e perceber que todo o caminho conduz à ressurreição, à vida nova em Jesus. E nesse tempo de transformação, nesse tempo de conversão, nesse tempo de jejum, de esmola e de oração, nós queremos também meditar, refletir a educação. A educação, que é tão essencial na nossa vida. Nós, desde que nascemos somos introduzidos na vida. Vamos despertando para a vida. A nossa mãe, o nosso pai, os nossos familiares devagarinho vão nos introduzindo na vida e nós vamos caminhando. A escola vai nos introduzindo na vida. A sociedade vai nos introduzindo na vida, a comunidade que nós participamos vai nos introduzindo na vida. Nós vamos descobrindo valores que dão direção a nossa vida. Nós vamos percebendo quais são as dimensões maiores e necessárias para podermos viver e viver com dignidade, justiça, amor e paz. Mas também somos introduzidos e despertamos para a beleza da fé. Somos educados na fé, somos educados para a fé. Nós somos educados para que despertamos para a vida, significa despertarmos para relações cada vez maiores, mais profundas, necessárias, relações realizadoras […] Toda educação deseja ser o caminho da dignificação, da transformação, o caminho da fraternidade, do amor, da justiça e da paz”, explicou Dom Leonardo.
O arcebispo também convidou todos a refletir sobre o que propõe a CF 2022, abrindo espaços para que se promova a educação humana e transformadora. “Que a nossa campanha da fraternidade deste ano seja realmente refletida nas nossas comunidades e que nas escolas, se possível, também se discuta para que, nas escolas cada vez mais, a haja o espaço necessário para uma educação humana, não apenas informativa, mas transformativa. Uma da educação que nos leva a ser para os mais pessoas mais humanas. Nas escolas, nas universidades, é preciso discutir toda essa questão do descuido que acontece hoje com a educação, especialmente em relação à educação pública. É importante também que as nossas escolas católicas pensem e aprofundem a importância da educação, não apenas quanto à fé, mas também educação para a cidadania”, destacou.
Ao final, Dom Leonardo fez uma breve reflexão sobre o significado do Evangelho de João (capítulo 8, versículos de 1 a 11) que dá significado ao cartaz da Campanha da Fraternidade. “Jesus, que escreve no chão por duas vezes, no chão o chão da existência. E que ao escrever no chão da existência desta mulher, está dizendo a ela que, mesmo na fragilidade, no erro, no pecado existe dignidade, existe salvação porque existe perdão. Essa educação que passa por este momento de elevação da pessoa, a pessoa que se sente de novo dignificada, inserida e não condenada à morte. Veja que papel importante tem a educação. Que esse cartaz nos inspire e nos ajude a sempre ajudar a todas as pessoas a escreverem no chão da própria existência. Mas escrever com Esperança, escrever com dignidade, escrever no desejo de vivermos a paz e que todos nós possamos desejar que a pomba da paz voe até as regiões de conflito, que não é o único conflito que vivemos, neste momento, na terra dos homens”, concluiu Dom Leonardo.
FONTE: Arquidiocese de Manaus
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