Jubileu de 2025: 7 dicas para entender e viver bem o Ano Santo da Igreja


No dia 24 de dezembro, às 19h, o Papa Francisco presidiu a Celebração Eucarística na Praça de São Pedro, seguida do Rito de Abertura da Porta Santa na basílica. Em todo o mundo, as dioceses se prepararam para fazer a abertura do ano jubilar no domingo seguinte, dia 29 de dezembro.

Com o tema “Peregrinos da Esperança”, o Jubileu Ordinário celebra os 2025 anos da encarnação de Jesus Cristo, e segue o intervalo de 25 anos estabelecido pelo Papa Paulo II, em 1470.

Para saber mais sobre esse momento desejado pelo Papa como “ocasião de reanimar a esperança”, o Portal da CNBB separou sete dicas para entender e viver bem o Ano Santo convocado pelo Papa.

1. O que é o Jubileu
A palavra “jubileu” tem origem relacionada historicamente ao nome em hebraico yobel, o chifre de carneiro que era usado para marcar o início do ano particular que era convocado a cada 50 anos, como contado no livro do Levítico (cf. Lv 25, 8-13). Esse ano era o ano “extra” vivido além das sete semanas de anos. Sua proposta no Antigo Testamento era ser ocasião para restabelecer uma correta relação com Deus, entre as pessoas e com a criação, e implicava a remissão de dívidas, a restituição de terrenos arrendados e o repouso da terra.

Na história da Igreja Católica, o primeiro Jubileu foi convocado pelo Papa Bonifácio VIII, no ano 1300. Tradição que se estende até agora, os jubileus têm vários elementos que se relacionam. São eles:
  • a bula de convocação;
  • a temporalidade (a cada 100 anos, 50 anos, 33 anos e 25 anos); 
  • a peregrinação a Roma e à Porta Santa;
  • os exercícios de piedade e a frequência aos sacramentos; 
  • a indulgência.  
O Jubileu de 2025, chamado de Jubileu da Esperança, será marcado por um período especial de perdão, reconciliação com Deus e renovação espiritual. “Os símbolos, as preces e os ritos jubilares servem como prelúdio para uma rica experiência de graça, de misericórdia e de perdão”, explica o arcebispo de Goiânia e primeiro-vice presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom João Justino de Medeiros Silva, que coordena a equipe de animação do Jubileu no Brasil.

O Papa Francisco, na Bula de Proclamação do Jubileu da Esperança, fala que este será o momento “para oferecer a experiência viva do amor de Deus, que desperta no coração a esperança segura da salvação em Cristo”. 

O bispo de Teixeira de Freitas – Caravelas (BA), dom Jailton de Oliveira Lino, escreveu – em artigo publicado no Portal da CNBB – que o conceito de Jubileu, presente no Livro de Levítico, vai além de um tempo de festa: “É um chamado à libertação, ao perdão das dívidas, à reconciliação e ao restabelecimento de uma ordem mais justa”.

2. O que o Jubileu nos lembra?
“A esperança não engana” (Rm 5, 5). A mensagem da Carta de São Paulo aos Romanos é o título da Bula de Proclamação do Jubileu, o documento que detalha as intenções do Papa com a celebração, bem como orienta a sua vivência. A esperança, assim, é a mensagem central do próximo Jubileu.

“Possa ser, para todos, um momento de encontro vivo e pessoal com o Senhor Jesus, ‘porta’ de salvação (cf. Jo 10, 7.9); com Ele, que a Igreja tem por missão anunciar sempre, em toda a parte e a todos, como sendo a ‘nossa esperança’ (1 Tm 1, 1)”, escreveu o Papa Francisco.

Dom Jailton, em sintonia com o o Papa, situa os dias de hoje marcados por crises sociais e econômicas, por divisões e pela indiferença. Nesse contexto, o tema “Peregrinos da Esperança” ressoa como uma voz profética, segundo o bispo.

“O Jubileu nos lembra que somos todos caminhantes nesta terra, guiados por uma promessa maior. Assim como a figueira mencionada por Jesus no Evangelho de Marcos (13, 24-32), somos chamados a perceber os sinais dos tempos e a nos prepararmos para a chegada do Reino de Deus”, disse dom Jailton.  
 

3. Como viver o jubileu
A celebração do jubileu é marcada por um período especial de perdão e reconciliação com Deus e renovação espiritual. Dom João Justino explica que os símbolos, as preces e os ritos jubilares “servem como prelúdio para uma rica experiência de graça, de misericórdia e de perdão”. Assim, vivenciar o jubileu é fazer parte de um tempo de graça.

“Ser um peregrino de esperança é assumir um caminho espiritual que envolve não apenas a busca de lugares sagrados, mas também uma atitude de renovação interior e compromisso com a transformação pessoal e social”, destaca dom João Justino.

Esse caminho proposto pelo Papa começou com dois passos: o estudo dos documentos do Concílio Vaticano II, em 2023, e a redescoberta da oração, em 2024. No ano jubilar, a peregrinação representa um elemento fundamental, como explicou o Papa Francisco: 

“Pôr-se a caminho é típico de quem anda à procura do sentido da vida. A peregrinação a pé favorece muito a redescoberta do valor do silêncio, do esforço, da essencialidade. Também no próximo ano, os peregrinos de esperança não deixarão de percorrer caminhos antigos e modernos para viver intensamente a experiência jubilar”.

Em âmbito universal, as peregrinações a Roma, nas basílicas e às Portas Santas, em âmbito local, de acordo com a definição de cada diocese para os locais de peregrinação e obtenção de indulgências. Cada diocese contará com pelo menos uma Igreja de peregrinação jubilar, no caso a Igreja Catedral, mãe de todas as igrejas da diocese. Ali acontecerá, no dia 29, a abertura local do jubileu. 

“A igreja de peregrinação jubilar é um espaço sagrado destinado ao culto e à peregrinação durante o Ano Santo. Nela, os fiéis que as visitarem podem receber indulgências, desde que cumpram determinadas condições, como a confissão sacramental, a comunhão eucarística e a oração pelas intenções do Papa”, detalha dom João Justino.

Em todo o mundo, haverá a abertura da Porta Santa somente em cinco locais: na basílica de São Pedro, no Vaticano; na Catedral Basílica de São João do Latrão, na Basílica de Santa Maria Maior, Basílica de São Paulo Apóstolo Fora dos Muros e na penitenciária de Rebibbia, em Roma. Uma igreja com Porta Santa é aberta apenas durante o Ano Santo, simbolizando a entrada em um tempo de graça e perdão. 

“A característica central e maior graça do Jubileu são as indulgências, alcançadas segundo a Tradição da Igreja, e não a passagem na Porta Santa. Portanto, a Porta Santa do próximo Jubileu será o confessionário”, reforça dom João Justino. 
  
4. Programação dos grandes eventos
Em Roma, serão realizados os grandes eventos do jubileu, como a abertura e as diversas peregrinações. A organização do Jubileu disponibilizou os programas para que as pessoas possam conhecer os momentos e as principais atividades preparadas. A partir da página online é também possível inscrever-se para participar nos vários eventos do Jubileu.


5. Inscrições de grupos
Para facilitar a inscrição, o dicastério para a Evangelização disponibilizou dois tutoriais em vídeo no canal oficial do Jubileu 2025, iubilaeum2025, no YouTube, que explicam de forma detalhada como fazer a inscrição. Confira aqui.

6. As principais atividades deste e do próximo mês:
DEZEMBRO 
- 24 de dezembro – Abertura da Porta Santa na Basílica de São Pedro (abertura do Jubileu)
- 26 de dezembro – Abertura da Porta Santa na prisão de Rebibbia
- 29 de dezembro – Abertura da Porta Santa de São João de Latrão 
  
JANEIRO 
- 1º de janeiro – Abertura da Porta Santa de Santa Maria Maior
- 5 de janeiro – Abertura da Porta Santa de São Paulo Fora dos Muros
- 24 a 26 de janeiro – Jubileu do Mundo das Comunicações 

7. Missionários da Misericórdia  
Instituídos no último jubileu extraordinário, o Jubileu da Misericórdia, em 2016, os Missionários da Misericórdia continuarão a desempenhar uma missão importante, exercendo seu ministério no Jubileu, restituindo esperança e perdoando todas as vezes que um pecador se dirija a eles de coração aberto e espírito arrependido.

Até o momento, não há informação sobre instituição de novos missionários da misericórdia. Assim, permanecem os mesmos que foram instituídos no jubileu extraordinário.

FONTE: CNBB

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