A vida da Bem-aventurada Pauline Jaricot é inspiradora e uma verdadeira ilustração do que pode existir de mais radical e belo na fé. Nascida em 22 de julho de 1799, em uma família de ricos trabalhadores da seda da cidade de Lyon, na França, Pauline-Marie Jaricot viveu uma infância carregada pelo afeto de seus pais. Na adolescência, bonita, paqueradora e mundana, deixa-se seduzir pelas “ilusões do mundo”.
Ainda jovem, passa pela provação da doença e morte de sua mãe. Após essa grande perda, Paulina foi profundamente tocada por um sermão sobre vaidade, proclamado na sua paróquia em São Nizier. As palavras do padre foram decisivas. Então, Paulina, aos 17 anos, decidiu se colocar ativamente ao serviço de Cristo.
Aos 23 anos, com o objetivo de ajudar os missionários do mundo inteiro, ela cria a obra de Propagação da Fé em 1822, que se tornaria, posteriormente, as Pontifícias Obras Missionárias. Essas obras existem para intensificar a animação, a formação e a cooperação missionária em todo o mundo. O objetivo primeiro de Paulina foi levantar fundos para que os missionários do mundo inteiro pudessem ter condições de seguir suas missões.
Pauline começa chamando 10 amigos: pede que rezem e doem um centavo toda semana, convidando cada um a comprometer mais 10 pessoas, para que eles façam o mesmo. Vários grupos são formados, a ideia de Pauline se espalha rapidamente e arrecadações de fundos são organizadas. Desta forma, desenvolve-se um verdadeiro movimento espiritual missionário que atravessa as fronteiras da França e cresce também em outros países. O princípio fundamental é o que a jovem francesa tinha em mente: rezar e oferecer-se pela obra de evangelização da Igreja.
Os resultados de Pauline inspiram Monsenhor Charles de Forbin-Janson, bispo de Nancy, iniciador da Obra da Infância Missionária, que em 1843 decidiu envolver as crianças em projetos missionários, para que, através da oração e da colaboração material, pudessem ajudar seus filhos. “Uma Ave Maria por dia, um centavo por mês” para curar uma criança e salvar sua alma, este é o compromisso proposto. E é ainda uma mulher, Jeanne Bigard, que na França do século XIX dá vida a outra obra missionária, a de São Pedro Apóstolo, destinada a apoiar os seminaristas em terras de missão.
Durante sua vida, ela também tentará tirar algumas mulheres da prostituição e criará o banco do céu, uma obra de empréstimos gratuitos para os trabalhadores. Paulina é realmente um grande exemplo para os cristãos. Ela entende que o anúncio do Evangelho passa também pelo reconhecimento da dignidade da pessoa.
Hoje a Obra de Propagação da Fé promove a espiritualidade missionária, sensibilizando as comunidades cristãs e os fiéis através da meditação da Palavra de Deus, da Adoração Eucarística e do Rosário missionário e, através das várias iniciativas das Direções Nacionais, apoia a Fundo Universal de Solidariedade para a evangelização do mundo, especialmente no Dia Mundial das Missões, que se celebra no penúltimo domingo de outubro.
No ano passado a Obra apoiou, com uma contribuição para as despesas correntes, 893 circunscrições eclesiásticas em território de missão e investiu mais de 10 milhões de dólares para a formação de catequistas.
0 Comentários