Dois painéis temáticos, um em português outro espanhol, intercalados por testemunhos foram as principais atividades na manhã deste sábado (24), no 1º Congresso Americano da Infância e Adolescência Missionária (IAM), encontro que acontece no auditório do Santuário de Aparecida, em São Paulo.
Utilizando a metodologia do ver, julgar e agir, Ana Brunini apresentou a situação das crianças e adolescentes no mundo, com destaque para ações concretas. “Diante das necessidades cresce no mundo a insensibilidade e a Igreja também fica voltada para as suas estruturas e às vezes fica distraída”, afirmou a animadora. “Nessa realidade, como assessores da IAM, nós podemos tomar dois caminhos: ficar de fora olhando como se não tivéssemos nada que fazer ou então, como discípulos missionários, buscar novos caminhos para responder a essa realidade, como Jesus nos propõe”.
A assessora argentina destacou ainda que Jesus convida a sair, nunca ficar em casa. “Ele nos envia às periferias existenciais, às crianças de rua, aos que trabalham, aos pobres, em situação de abuso, mas também nos envia aos confins da terra na missão ad gentes, muito além de nossa fronteiras”, argumentou.
Ana Brunini evidenciou ainda, atitudes que devem acompanhar quem parte. “Vamos sempre como servidores, não vamos em nosso nome, mas em nome de Jesus e somos simples servidores para a transmissão da fé”, recordou.
“As crianças são a presença e o dom de Deus no mundo pela capacidade de aceitar as exigências do Evangelho. Jesus as coloca como exemplo a serem imitados. Não podemos ficar indiferente à realidade que vimos hoje”, disse ela e concluiu recordando as palavras do papa Francisco: “ide sem medo de servir”.
Na sequência, a secretária da IAM na Argentina, Irmã Sandra Mazzanti convidou para a ação. Segundo ela é preciso olhar para a missão além-fronteiras sem esquecer as diversas realidades das crianças e adolescentes da América. “Precisamos colocar a nossa Igreja em estado permanente de missão e fazer com que nossa vida seja missão. Esta chave que nos dá o Documento de Aparecida, o papa Francisco e muitos documentos da Igreja, é importante”.
Para a religiosa, é o discipulado que nos envia à missão e desde a missão voltamos ao discipulado. “Estamos chamados a sermos contemplativos na ação. Somos chamados, enviados, animados em comunhão com as crianças e adolescentes da IAM, mas também com os que vivem situações de marginalização”, recordou.
Despertar uma fé viva, a centralidade em Jesus, fazer da comunidade um lugar para viver o Reino são, segundo ela, chaves missionárias para o trabalho de animação junto às crianças.
Em sua exposição que incluiu projeção de imagens, Irmã Sandra sublinhou também, atitudes missionárias de Jesus para o trabalho com crianças e adolescentes. “Jesus privilegia o diálogo, valoriza o melhor de cada pessoa, ensina através das ações a respeita o processo pessoal”. Nesse sentido, dentro e fora da IAM, “temos o carisma de sermos amigos de Jesus e fazermos amigos para Jesus. Essa proposta evangelizadora deve ser anunciada a todos”.
A missão sustentada pela formação integral, uma espiritualidade missionária, proximidade no amor e na misericórdia com as crianças e adolescentes, e partilhar a vida de discípulo missionário dentro e fora do grupo de IAM, são segundo Irmã Sandra, algumas propostas fundamentais para seguir o trabalho.
À tarde, a programação continuou na Escola Estadual Conselheiro Rodrigues Alves, em Guaratinguetá, com cinco fóruns temáticos. O dia encerrou com missas nas paróquias que acolhem os congressistas e um momento cultural.
A Obra da IAM (Santa Infância) foi fundada por dom Carlos Forbin-Janson, bispo de Nancy, França, em 19 de maio de 1843. Tornada Pontifícia pelo papa Pio XI em 1922, hoje a IAM está presente em todos os continentes, em mais de 130 países.
Veja mais:
0 Comentários