O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) exigiu às partes em conflito no Iêmen que detenham as hostilidades, em um país que se tornou um "inferno na terra" para as crianças, ameaçadas pela fome.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu no dia 04 de novembro o fim da "violência" para evitar que o país caia em um "precipício". "O Iêmen é atualmente um inferno na terra, não apenas para 50% ou 60% das crianças, mas para cada menino e menina que vive no Iêmen", assegurou Geert Cappelaere, diretor do Unicef no Oriente Médio e na África do Norte, durante entrevista coletiva neste domingo em Amã, na Jordânia.
"Pedimos a todas as partes que se reúnam durante este mês com a mediação do emissário especial da ONU para que cheguem a um acordo de cessar-fogo" no Iêmen, declarou Cappelaere.
"As cifras, embora não digam muito, são importantes porque nos fazem perceber o quanto a situação se tornou desastrosa", afirmou.
A guerra no Iêmen confronta as forças pró-governo e uma coalizão liderada pela Arábia Saudita contra os rebeldes huthis, apoiados pelo Irã.
Além da fome, a população também sofre de doenças como a cólera. "A cada 10 minutos, uma criança morre de doenças que poderiam ser evitadas", indicou Cappelaere.
O diretor regional do Unicef disse à AFP que 1,8 milhão de crianças menores de cinco anos estão em situação de "desnutrição severa". A guerra acentuou "uma situação que já era negativa depois de anos de subdesenvolvimento" no país mais pobre da região, explicou Cappelaere.
FONTE: G1 - 04/11/2018
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