Por ocasião do Dia Mundial contra a Escravidão Infantil, que se celebrou ontem, 16 de abril, organismos missionários e ONGs internacionais denunciam a presença em todo o mundo de cerca de 400 milhões de crianças vivendo em condições de escravidão. Muitas trabalham na fabricação de produtos que em seguida são vendidos na Europa e no resto do Ocidente. A Confederação espanhola dos religiosos (Confer) fez um mapa das várias localidades do mundo onde o fenômeno é mais frequente e em um comunicado enviado à Agência Fides, destacou que "indiretamente, esta escravidão faz parte de nossa vida cotidiana, visto que as bananas que comemos ou o café que bebemos podem ter sido produzidos com o suor de crianças latino-americanas ou africanas". "Pode também ser que os tapetes sobre os quais caminhamos tenham sido telados por pequenos escravos paquistaneses; cortinas, camisetas, jóias e muitas outras coisas podem ser fruto do trabalho negro e forçado de menores indianas" - continua a Confer. Por isso, o organismo convida a "não poupar algum tipo de esforço para pedir às autoridades civis para cumprir suas responsabilidades, a lutar contra estas injustiças e a dar a todas as crianças a tutela legal a que têm direito".
A Confer denuncia que o fenômeno é particularmente comum na Índia e no Afeganistão, onde meninos e meninas trabalham na construção civil. No Brasil, estes pequenos escravos produzem carvão, empregado na fabricação de aço para automóveis e outros meios mecânicos. Em Mianmar, são explorados na coleta da cana de açúcar e outros produtos agrícolas. Na China, preparam explosivos e fogos de artifício usados na pirotécnica, na Serra Leoa são explorados na extração de diamantes nas minas. Na República Democrática do Congo, milhares de pequenos são escravizados na extração de cassiterita e coltão, metais usados e indispensáveis para computadores, mp3, telefones celulares e muitos outros instrumentos que a cada dia são utilizados no chamado 'primeiro mundo'. Em Benin e no Egito, estima-se que um milhão de crianças sejam obrigadas a trabalhar na indústria do algodão porque custam menos e são mais obedientes do que os adultos, além de terem a estatura certa para estar debaixo das plantas. Por fim, lê-se que no relatório dos religiosos, que na Costa do Marfim, cerca 12 mil crianças recolhem sementes de cacau, sucessivamente exportado para a elaboração de chocolate.
FONTE: Agência Fides - 16/04/2012
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