O protagonismo da IAM


No dia 6 de janeiro, Festa da Epifania do Senhor, a Pontifícia Obra da Infância e Adolescência Missionária (IAM) celebra a Jornada Mundial instituída pelo Papa Pio XII em 1950, mas dando a cada nação a liberdade de adaptar a data às exigências locais, como é no caso do Brasil. Conforme as orientações das Pontifícias Obras Missionárias do Brasil, esta data é celebrada em outubro no dia mundial das missões, ou seja, penúltimo domingo do mês. Isso ocorre por diversos fatores, dentre eles a questão das férias escolares no Brasil, que difere de outros países principalmente da Europa. Mas há grupos de IAM do Brasil que também celebram esta data em sintonia com demais grupos espalhados no mundo, demostrando a unidade em estar celebrando juntos.

No último ano por conta da pandemia, muitos grupos tiveram que se reinventar para realizar esta celebração e muitos celebraram em suas próprias casas com suas famílias. Nesta reflexão da celebração Mundial do dia da Infância e adolescência Missionária, vale ressaltar que é de extrema importância conhecer o trabalho da Infância e Adolescência Missionária (IAM), sendo ela uma das quatro Pontifícias Obras Missionárias Mundial.

Criada há 178 anos esta Obra Pontifícia tem como objetivo que as próprias crianças e adolescentes ajudam e evangelizam outras crianças e adolescentes, através da oração diária (Ave-Maria) e sacrifício material (uma moeda por mês). Conhecer a funcionalidade de todo processo da IAM é indispensável para a compreender a sua importância no desenvolvimento das crianças e adolescentes membros desta obra, reforçando que só podemos falar daquilo que vimos e ouvimos (cf. At 4,20), que expressa o testemunho, logo cria-se a consciência missionária. O diferencial desta obra é a iniciativa que ela proporciona as próprias crianças e adolescentes a serem protagonistas da obra, ou seja, incentiva-as a um crescimento e amadurecimento na fé e na missão, pois fazer parte desta obra é um estilo de vida abraçada. Ressaltamos aqui o protagonismo missionário, ou seja, é o que a Infância e Adolescência Missionária traz em sua gênese: manter as crianças como responsáveis pela evangelização, no caso de outras crianças ou adolescentes. Mas o porquê isso acontece?

Quando o bispo Dom Carlos Forbin Janson teve a inspiração da criação da Santa Infância (nome utilizado no começo da Obra), era justamente isto que ele queria: confiou as próprias crianças francesas a ação de rezarem uma Ave-Maria por dia e colaborarem com uma moeda ao mês para ajudar as crianças da China que passava por situações deploráveis. Assim identifica-se na história que esta foi a primeira vez que a Igreja confiou uma missão às crianças. Por essa ótica compreende-se a importância desta ação de protagonizar a missão pelos pequenos e pequenas membros dos grupos de IAM espalhados no mundo e pelo Brasil.

Claro que para todo esse trabalho, as crianças e adolescentes não o desempenham sozinhos, pois juntamente a eles estão os assessores e assessoras, que orientam, os animam e vão ajudando-as neste caminhar tão bonito e importante que é a missão. Além dos leigos e leigas, sacerdotes, diáconos, religiosos, religiosas e seminaristas também contribuem satisfatoriamente para esse crescimento da vida de fé, sendo eles por vezes também um assessor ou assessora da IAM. Assim as crianças vão descobrindo-se e compreendendo a vida como missão, agentes ativos nesta dimensão, a cada vez mais.

Portanto, ao celebrar esta data enquanto Jornada Mundial da IAM, é um bom momento para uma reflexão sobre a gênese desta obra e ver que ela produz frutos e estes vão sendo colhidos ao longo do tempo, principalmente por destacar os pequenos e pequenas em seu protagonismo, sempre tornando “Jesus conhecido e amado” para outras crianças e adolescentes, onde elas estão inseridas e além também. São testemunhas desta bonita Obra, que tende a crescer cada vez mais, incentivando-os a oração e a solidariedade para com as demais crianças e adolescentes do mundo inteiro.

Que nesta Festa da Epifania, a manifestação do Senhor, olhemos para o Menino Deus na manjedoura, e sejamos transformados a evangelizar.

De todas as crianças e adolescentes do mundo, sempre amigos!

Rodinei Célio de Andrade,
Coordenador Diocesano da IAM (Diocese de Marília - SP)
Vice coordenador da IAM no Regional Sul 1 da CNBB

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